ELAS NO VOLANTE:
A INCLUSÃO DE MULHERES MOTORISTAS DE ÔNIBUS
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2022v22n61p44-63Palavras-chave:
Diversidade, Estigma, Inclusão, Mulheres MotoristasResumo
Esta pesquisa tem como objetivo investigar o processo de inclusão no ambiente de trabalho de mulheres motoristas de transporte público. Foi utilizado como base teórica os paradoxos de Ferdman (2017) que se dividem em três núcleos: expressão de si e identidade, que diz respeito às tensões entre a singularidade e o pertencimento; fronteiras e normas, que tratam de estabilidade e delimitação ou instabilidade e mudança; e por último, a segurança e conforto, que se referem às sensações de conforto ou desconfortos que gerem mudanças no indivíduo e em, nas relações de trabalho. Dessa forma, foi realizada uma pesquisa qualitativa por intermédio de entrevistas semiestruturadas com 11 motoristas do transporte público em Fortaleza, cujos dados obtidos foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Dentre os resultados, percebeu-se que a maior valorização das características semelhantes do que das diferenças, as normas bem definidas, o tratamento igualitário, as oportunidades de crescimento profissional e a aceitação do grupo são fatores determinantes para a inclusão. Entretanto, fatores como o preconceito, jornadas múltiplas, interferências de órgãos externos nas políticas das empresas, poucas ações inclusivas, além dos desafios inerentes à profissão são barreiras que afetam o sentimento de inclusão das motoristas.