Hanseníase e Crack: Comparações legislativas da interação compulsória no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2595-7716.2018v1n1p125-151Palavras-chave:
Internação compulsória. Hanseníase. CrackResumo
O presente artigo apresenta como objetivo fazer uma comparação legislativa da internação compulsória como uma medida legal para interromper a cadeia de transmissão do bacilo de Hansen, responsável pela hanseníase traçando um paralelo com a lei federal que determina a hospitalização forçada dos usuários de crack. A política pública de internação compulsória para hanseníase, foi reconhecida como crime de Estado pela Lei 11.520 em 2007. Em sentido contrário foi criada a Lei 10.216 de 2001 para hospitalização forçada dos usuários de crack. Centramos nossa análise nas duas legislações de hospitalização forçada para identificar semelhanças em seus textos normativos. A análise das legislações de hospitalização forçada para hanseníase/crack possibilitou identificar semelhanças nas bases legais para o isolamento, foi possível concluir que no Brasil a internação compulsória foi utilizada para tratamento da hanseníase e continua sendo utilizada como medida de saúde em políticas públicas para dependentes químicos em especial usuários de crack.Downloads
Referências
AZEVEDO, Américo Orlando e SOUZA, Tadeu de Paula. Internação Compulsória de pessoas em uso de drogas e a Contrarreforma Psiquiátrica Brasileira. 2017. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/physis/v27n3/1809-4481-physis-27-03-00491.pdf. Acessado em: 06 jun. 2018.
BAZILLI, Chirley [et al]. Interacionismo simbólico e teoria dos papéis: uma aproximação para a psicologia social. São Paulo: Educ. 1998.
BECKER, Howard S. Outsiders, Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BOHN, Simone. Política Comparada: um mapeamento do debate entre propostas teóricas e metodologias de pesquisa alternativas. BIB, , São Paulo, nº59, 1º semestre de 2005.
BRASIL, Lei n˚610, de 13 de janeiro de 1949 que fixa normas para a profilaxia da lepra. Disponível em http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1940-1949/decreto-27124-1-setembro-1949-379230-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 10 set. 2011.
BRASIL, Lei n˚ 10.216 de 06 de abril de 2001 que Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. Acesso em: 15 fev. 2012.
BRASIL, Decreto 968 de 07 de maio de 1962 que Baixa normas técnicas e Especiais para o Combate à Lepra no País e dá outras providências. Disponível em http://www.fiocruz.br/historiadahanseniase/media/Decreto968.pdf. Acessado em: 06 jun. 2018
CABRAL, Dilma. Lepra, medicina e políticas de saúde no Brasil (1894-1934). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/er/n54/a19n54.pdf. Acessado em: 06 jun. 2018.
CAMPOS, Pautilia Paula de Oliveira; FLORES, Thiago Pereira da Silva. Cadernos do
ARTIGOS CIENTÍ FICOS
REVISTA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – PUC MINAS – V. 1, N. 1; P. 125 – 151, 2018.
Morhan: Filhos Separados. Publicação de 2012
CETLIN, Gustavo Satler. O TRATAMENTO AO USUÁRIO COMPULSIVO DE CRACK: Fissuras no Cotidiano Profissional. In: CRACK, um desafio social. Belo Horizonte, Ed. PUC Minas, 2010.
CASTAÑEDA, Luzia Aurélia. Eugenia e casamento. Hist. cienc. saude-Manguinhos v.10 n.3 Rio de Janeiro. 2003. Disponível em http://www.scielo.br/scielo. 2> Acesso em: 19 jan. 2014.
CASTRO, Selma Munhoz Sanches de; WATANABE, Helena Akemi Wada. Isolamento Compulsório de portadores de hanseníase: Memória de Idosos, 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010459702009000200010. Acessado em: 06 jun. 2018.
CUNHA, Ana Zoe Schilling. Hanseníase: Aspectos da Evolução do Diagnóstico – Departamento de Enfermagem e odontologia, Universidade de Santa Cruz do Sul - Ciência & Saúde Coletiva, 7(2):235-242, 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/csc/v7n2/10243.pdf. Acessado em: 10 Fev. 2014.
CUNHA, Vívian da Silva. O isolamento compulsório em questão. Políticas de combate a lepra no Brasil (1920-1941). Dissertação de Mestrado, 2005. Disponível em https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4004. Acessado em: 06 jun. 2018.
GOFFMAN, Erving. Estigma. Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Tradução de Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. 4 ed. Rio de Janeiro: LCT, 2008.
GOMIDE, Leila Reguna Scalia. “ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS” A lepra e as instituições preventoriais no Brasil: estigmas, preconceito e segregação, Universidade de São Paulo, 1991.
GONZALEZ, Rodrigo Stumpf. O método comparativo e a ciência política. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, vol.02, nº01, 2008.
MEDEIROS, Regina de Paula. CLÍNICA E CRONI(CIDADE): Impactos do Uso/ Abuso de Crack Na Configuração Urbana e Nos Tratamentos da Toxicomania. In: CRACK, um desafio social. Belo Horizonte, Ed. PUC Minas, 2010.
MONTEIRO, Yara Nogueira. Violência e Profilaxia: Os Preventórios de Paulistas para Filhos de Portadores de Hanseníase. Revista Saúde e Sociedade, 7(1).1998. p. 3 -26.
ONUBR. Internação compulsória e discriminação na saúde podem ser formas de tortura, diz especialista da ONU. 2013. Disponível em http://www.onu.org.br/internacao-compulsoria-e-discriminacao-na-saude-podem-ser-formas-de-tortura-diz-especialista-da-onu/ Acesso em: 18 fev. 2014.
SANDEL, Michel J. Justiça – O que é fazer a coisa certa. Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 9ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
ARTIGOS CIENTÍ FICOS
REVISTA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – PUC MINAS – V. 1, N. 1; P. 125 – 151, 2018.
SANTOS, Maria helena de Castro. COUTINHO, Marcelo J. V. Política Comparada: Estado das Artes e Perspectivas no Brasil. BIB, São Paulo, nº54. 2002.
SARTORI, Giovanni. Compracion y método comparativo. In: La Comparacion en las ciências sociales. Madrid, Alianza editoria. 1994.
VELHO, Gilberto. Estigma e Comportamento Desviante em Copacabana. In: Desvio e Divergência. Rio de Janeiro. 4ª edição. Zahar Editores, 1981.
WACQUANT. Loic. Los condenados de La ciudade Gueto, periferias y Estado. Traduzido por Mayer, Marcos, 2007.