CASAMENTO INFANTIL NO BRASIL: UMA COLONIALIDADE DE GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2595-7716.2020v3n1p47-62Keywords:
PSICOLOGIA, CASAMENTO INFANTIL, COLONIALIDADE DE GÊNEROAbstract
Este artigo é tecido a partir dos resultados da pesquisa de mestrado em Psicologia sobre Casamento Infantil em Belém, no estado do Pará. Considerando os esforços de intelectuais latino americanos/as para executar a proposta de um giro epistêmico insurgente que parte das múltiplas vivências do sentir-pensar a e na América Latina, a crítica decolonial possibilitou analisar o dito fenômeno casamento infantil no país como uma das expressões da multifacetada colonialidade de gênero. Nesta análise é possível perceber um jogo de interesse/desinteresse governamental no qual de um lado está o ânimo diplomático para a proteção da infância e adolescência no Brasil, e do outro a preservação da herança colonial reproduzida nas estruturas da sociedade e Estado mantendo elementos que custeiam o sistema-mundo patriarcal/capitalista/colonial moderno implicando na prática do casamento na infância.
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