A “Democracia da Eficiência” e a sua construção discursiva no Brasil

processos e princípios

Autores

  • Thales Torres Quintão UFMG

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2595-7716.2024v6n2p30-57

Palavras-chave:

Teoria democrática, Discurso político, Democracia da eficiência, Valores democráticos

Resumo

O artigo procura descrever e analisar a construção discursiva da expressão "democracia da eficiência", que se tornou mais proeminente no cenário brasileiro durante o governo de Michel Temer. O objetivo foi mapear e analisar o contexto de uso, os sentidos e significados produzidos e compartilhados em relação a essa forma de democracia, utilizando a técnica de análise de conteúdo integrada a uma abordagem interpretativista. O estudo constatou que a democracia da eficiência busca obter apoio dos cidadãos brasileiros ao enfocar uma prestação de serviços públicos aprimorada, combinada a um discurso conciliatório e orientado para resultados, apresentando-se como solução para a crise política e econômica enfrentada pelo Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, C. (2006). O marco discursivo da “Participação Solidária” e a nova agenda de formulação e implementação de ações sociais no Brasil. In: A Disputa pela Construção Democrática na América Latina. DAGNINO, E.; OLVERA, A. J.; PANFICHI, A. (orgs.). São Paulo: Paz e Terra; Campinas: Unicamp, p. 95-135.

ALMEIDA, D. (2015). Representação além das eleições: repensando as fronteiras entre Estado e sociedade. Jundiaí. Paco Editorial.

ALMEIDA, J. (2002). Marketing Político: hegemonia e contra-hegemonia. São Paulo: Editora Perseu Abramo: Xamã.

ALMEIDA, J. (2011). A relação entre mídia e sociedade civil em Gramsci. Revista Compolítica, vol. 1, n° 1, p. 119-132.

AVRITZER, L. (2007). Sociedade Civil, instituições participativas e representação: da autorização à legitimidade da ação. Revista Dados, vol. 50, nº 03, p. 443-464.

AVRITZER, L. (2016). Os Impasses da Democracia no Brasil. Rio de Janeiro, Editora: Civilização Brasileira.

BRANDÃO, N. A.; DIAS, E. F. (2007). A Questão da Ideologia em Antônio Gramsci. Trabalho e Educação, vol. 16, n° 2, p. 81-98.

BOBBIO, N. (1999). Ensaios sobre Gramsci e o conceito de sociedade civil. São Paulo: Paz e Terra.

BOBBIO, N. (2022). O Futuro da Democracia: uma defesa das regras do jogo. Rio de Janeiro: Paz & Terra.

BOURDIEU, P (2012). O Poder Simbólico. 16ª Edição; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

CHARAUDEAU, P. (2016). Discurso Político. 2 ª Edição; São Paulo: Contexto.

CORTES, S. V.; GUGLIANO, A. (2010). Entre neocorporativistas e deliberativos: uma interpretação sobre os paradigmas de análise dos fóruns participativos no Brasil. Sociologia, Porto Alegre, ano 12, n°. 24, p. 44-75. COUTINHO, C. N. (1989). Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro: Campus.

COUTINHO, C. N. (2011). De Rousseau a Gramsci: ensaios de teoria política. São Paulo: Boitempo.

COUTO, C G. (2009). La participación irrelevante: una evaluación del gobierno Lula. In: La “Nueva Izquierda” en América Latina: derechos humanos, participación política, y sociedad civil. ARSON, C. J et al (orgs.) Latin American Program, p. 247-270.

DAGNINO, E. (2004). Construção Democrática, neoliberalismo e participação. Revista Política e Sociedade, nº 05, p. 139-164.

DAGNINO, E.; OLVERA, A J.; PANFICHI, A (2006). Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na América Latina. In: A disputa pela construção democrática na América Latina.

DAGNINO, E; OLVERA, A. J.; PAMFICHI, A. (orgs.). São Paulo. Editora: Paz e Terra, p. 13-92.

DAHL, R. (2001). Sobre a Democracia. Brasília: Editora UnB.

DRYZEK, J. S. (2004). Legitimidade e economia na democracia brasileira. In: Participação e Deliberação: Teoria Democrática e Experiências Institucionais no Brasil Contemporâneo.

COELHO, V. S.; NOBRE. M. (orgs.). Editora 34: São Paulo – CEBRAP, p. 41-62.

FOUCAULT, M. (2005). A Verdade e as formas jurídicas. 3ª Edição; Rio de Janeiro: Nau Editora: PUC – Rio.

FISHER, F. (2003). Policy Analysis as Discursive Practice. In: Reframing Public Policy: Discursive Politics and Deliberative Practices. FISHER, F. Oxford University Press, p. 181-202.

GRAMSCI, A. (1999a). Cadernos do cárcere. V. 1: Introdução ao estudo da filosofia. A filosofia de Benedetto Croce. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

GRAMSCI, A. (1999b). Cadernos do cárcere. V. 2: Os Intelectuais. O princípio educativo. Jornalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

GRAMSCI, A. (1999c). Cadernos do cárcere. V. 3: Maquiavel. Notas sobre o Estado e a política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

GOLDFRANK, B. (2011). The Left and Participatory Democracy: Brazil, Uruguay, and Venezuela. In: The Resurgence of the Latin American Left. LEVISTKY, S.; ROBERTS, K. (orgs.). The Johns Hopkins University Press, p. 162-183.

HORTA, C. R. (2013). Neoliberalismo nos começos do século XXI: das consequências ideológico-comportamentais à construção de um novo sujeito social. In: Cenários, Transformações, Desafios e Perspectivas no Mundo do Trabalho. HORTA, C. R.; COSTA, C. da (orgs). Manaus: EDUA, p. 141-156.

HUNTINGTON, S. P. (1994). A Terceira Onda: a democratização no final do século XX. São Paulo: Editora Ática.

LOUREIRO, M. R.; ABRUCIO, F. L. (2012). Democracia e eficiência: a difícil relação entre política e economia no debate contemporâneo. Revista de Economia Política, vol. 32, n°. 4, São Paulo, p. 615-653.

MENDONÇA, R. F. (2018). Dimensões democráticas nas Jornadas de Junho: Reflexões sobre a compreensão de democracia entre manifestantes de 2013. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, nº 98, p. 1-23.

MICKLETHWAIT, J.; WOOLDRIDGE, A. (2015). A Quarta Revolução: a corrida global para reinventar o Estado. São Paulo: Portfolio-Penguin.

MILBRATH, L. (1965). W. Political Participation: How and Why do People Get Involved in Politics. Chicago: Rand McNally & Company.

NUNES, E.; RIBEIRO, L. M.; PEIXOTO, V. (2007). As Agências Reguladoras no Brasil. In: Sistema Político Brasileiro: uma introdução. AVELAR, L.; CINTRA, A. O (orgs.). 2ª Edição; Rio de Janeiro: Konrad Adenauer-Stiftung; São Paulo: Editora Unesp, p. 183-209.

ORLANDI, E. P (1996). Discurso e Leitura. São Paulo: Editora Cortes e Unicamp.

PATEMAN, C. (2012). Participatory Democracy Revisited. Perspectives on Politics: APSA Presidential Address, p. 7-19. SANTOS, B. de S.; AVRITZER, L. (2002). Introdução: Para ampliar o cânone democrático. In: Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa.

SANTOS, B. de S. (org.). Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, p. 39-82.

SÁTYRO, N. G. D.; CUNHA, E. S. M. (2014). The Path of Brazilian Social Assistance Policy Post-1988: the Significance of Institution and Ideas. Brazilian Political Review, vol. 8, n°1, p. 80-108.

SILVA, J. O. da. (2005). A produção de discursos políticos na visão de Pierre Bourdieu. Tempo e Ciência, vol. 12, n°. 23, p. 187-200.

TATAGIBA, L. F. (2003). Participação, Cultura Política e Modelos de Gestão: A democracia gerencial e suas ambivalências. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – Campinas.

UGALDE, L. C. (2012). Por una Democracia Eficaz: radiografia de un sistema político estancado (1977-2012). Cidade do México: Ed. Aguilar.

WACQUANT, L. (2004). Pointers on Pierre Bourdieu and Democratic Politics. Constellations, vol. 1, n°. 1, p. 3-15.

WACQUANT, L. (org.) (2005). El misterio del ministerio: Pierre Bourdieu y la política democrática. Barcelona: Gedisa Editoral.

Downloads

Publicado

2025-08-08

Como Citar

Quintão, T. T. (2025). A “Democracia da Eficiência” e a sua construção discursiva no Brasil: processos e princípios. Em Sociedade, 6(2), 30–57. https://doi.org/10.5752/P.2595-7716.2024v6n2p30-57

Edição

Seção

Artigos