O CONLUIO DE PODERIO PORTUGUÊS

dos fidalgos aos pequenos comerciantes das Minas Gerais

Autores

  • Naiany Marques Maciel Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Cristãos-novos, Império português, Comerciantes, Mercado

Resumo

Anteriormente ao revisionismo historiográfico, o Império português era categorizado como um corpo administrativo absolutista. No entanto, os autores que refutaram essa ideia apresentaram o outro lado das “redes tentaculares” do poderio português ao abordar uma perspectiva de uma monarquia pluricontinental com seus poderes divididos pelos reinos ultramarinos. Dessa forma, é possível observar como a forma de administração promoveu a dissolução do poder, formando-se assim um conjunto de leis espalhadas pela Colônia que deram formato ao domínio monárquico local. A rede mercantil advinda de Lisboa fez com que o comércio avançasse cada vez mais, principalmente com os cristãos-novos e, apesar da Inquisição ibérica ter sido uma obstrução para estes homens, eles foram incentivados através das reformas pombalinas para desenvolverem suas atividades comerciais. Com sua atuação junto aos fidalgos, trouxeram para a América portuguesa a dinâmica que foi adaptada para a realidade dos pequenos comerciantes locais das Minas Gerais entre o final do século XVII e a primeira metade do XVIII, formando uma rede comercial no íntimo da Colônia.

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Biografia do Autor

Naiany Marques Maciel, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Bacharel em História e pós-graduanda em Patrimônio e Restauro pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

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Publicado

2022-12-18

Edição

Seção

Artigos Dossiê "Estudos de História Regional: Minas Gerais por sua história