A IA COMO AGENTE INTERATIVO NO ENSINO DE HISTÓRIA DA DITADURA MILITAR NO BRASIL
Técnicas e Possibilidades
Palavras-chave:
Ditadura Civil-Militar, Inteligência Artificial, Storytelling, ChatGPTResumo
Os dispositivos de Inteligência Artificial generativa de textos têm sido usados com maior frequência por discentes e docentes desde a popularização do ChatGPT em 2022. Questões como ética e autoria têm sido pontuadas como “fragilidades da máquina”, todavia, dizem respeito aos comportamentos individuais e sociais nos usos dos dispositivos tecnológicos, revelando as “fragilidades humanas” no manejo digital. No campo da ciência histórica o ofício do professor requer um olhar problematizador não apenas do conteúdo, mas da técnica de acesso aos dados disponíveis online, envolvendo processos de identificação, seleção, análise crítica e decisão das informações. Do mesmo modo que os livros didáticos, filmes e jornais, os chatbots emergem como instrumentos para o desenvolvimento da criatividade, autonomia e interatividade. Sua problematização é necessária, bem como os princípios decisórios humanos que regem seu manuseio. Por isso, o artigo traz a prática contextualizada de uso do ChatGPT na criação de uma storytelling sobre o período da ditadura civil-militar, a partir de 1968, tendo como protagonistas um historiador e um ex-guerrilheiro enquanto ponto de partida para o ensino-aprendizado do tema. O artigo objetiva continuar o experimento do historiador Julio Bentivoglio (2023) a partir de uma configuração dialógica distinta em que a ficção e a realidade contextual estejam imiscuídas para a apreensão da história. Para tanto, fundamenta-se em pesquisas sobre IA, Machine Learning, e em Educação a partir de tecnologias digitais e leituras da ditadura civil-militar.
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