Estranho, alienação e inquietante em Dialética do Esclarecimento: uma antropologia entre Freud e Marx
Resumo
O presente artigo encontra na obra Dialética do Esclarecimento de Adorno e Horkheimer o seu principal objeto de análise, tendo como objetivo específico tratar da relação estabelecida entre Marx e Freud nesta obra, precisamente na delimitação da constelação conceitual dos termos estranho (Fremd), alienação (Entfremdung, Entäuβerung) e inquietante ou estranho-familiar (Unheimliche). Em nossa investigação – que relaciona filosofia, psicanálise e economia política –, temos como foco uma noção antropológica baseada na teoria freudiana a partir da qual os conceitos cunhados por Marx são utilizados pelos autores do Instituto de Pesquisas Sociais. Tal antropologia trata de um sujeito do conhecimento que encontra os motivos de desenvolvimento de sua racionalidade na fuga de determinados sentimentos cuja constelação conceitual é de frequente utilização em Dialética do Esclarecimento, como perigo, medo, angústia, terror, horror, autoconservação. Por isso, será ressaltada a influência de desejos, fantasias e pulsões na formação e atuação racional do sujeito esclarecido. A partir desta noção de sujeito, será delimitada uma teoria do conhecimento baseada na situação de dominação sobre o objeto que culminará em uma teoria propriamente social, vinculada à relação do sujeito preconceituoso e a alteridade. Para tanto, conceitos como os de projeção e narcisismo serão de grande valia na elaboração da relação entre a interioridade e exterioridade subjetiva.
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