ENTRE O MULTILATERALISMO EUROPEU E O PAN-AMERICANISMO:
A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA NA IMPRENSA PERIÓDICA NO CONTEXTO DA LIGA DAS NAÇÕES (1926)
Resumo
A imprensa pode ser compreendida como uma “elaboradora de mapas”, ou seja, como uma “formadora de ambientes” onde os formuladores, agentes e analistas de política externa podem agir e contribuir para formar e informar parcelas da opinião pública. Os jornais Correio da Manhã, Jornal do Commercio e O Estado de São Paulo contribuíram para formar mapas distintos de como se dava e de como deveria ocorrer a política externa brasileira no contexto da participação na Liga das Nações. Para o ano primordial de 1926, os jornais assumem posturas e constroem mapas diferentes sobre a atuação do Brasil. O Jornal do Commercio assume uma postura favorável à atuação do Brasil e percebe que o futuro da política externa brasileira passa por uma atuação “firme” e “incisiva” e por uma ação multilateral. Já o Correio da Manhã, assume uma postura amplamente crítica ao que qualificava como “intransigência” do presidente, defendendo que o Brasil deveria consolidar as suas alianças com os vizinhos americanos, conformando a defesa de um pan-americanismo. Por sua vez, O Estado de São Paulo assumiu uma postura de um alinhamento não-automático e, ao mesmo tempo, crítico às ações da diplomacia brasileira, perfazendo outra perspectiva específica para o seu público leitor.
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Referências
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