ENTRE AS CINZAS DE ISENGARD E O VERDE DE FANGORN
por uma análise Ecocrítica de O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien
Resumo
Todo o legendarium de J. R. R. Tolkien demonstra uma profunda preocupação com o meio ambiente. O autor de O Hobbit ocupou-se, cuidadosamente, de toda a fauna e de toda a flora da Terra-Média, concedendo autonomia aos seus ecossistemas e, não raramente, o protagonismo necessário. Diante dessa forte presença em sua poética, o corrente artigo buscará analisar, com base nos estudos Ecocríticos (GARRARD 2004; BARRY, 2009), como as relações de exploração do meio ambiente se encenam em “O Senhor dos Anéis”, centrando-nos, mais especificamente, na dialética relação do mago Saruman, senhor de Isengard, com a floresta de Fangorn, protegida pelos Ents. Para além desse eixo, o trabalho buscará discutir, ainda, o conceito de maravilhoso puro, à luz de Tzvetan Todorov (2010), aplicado à obra, e, paralelamente, realizar alguns apontamentos acerca da crítica à modernidade, realizada por Tolkien, ao tratar dos temas relacionados à industrialização e ao desmatamento (TEIXEIRA, 2011; PAVANI & LOURENÇO, 2022).
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Referências
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