A TÉCNICA MODERNA PRESENTE NO LIVRO FRANKENSTEIN, DE MARY SHELLEY
Resumo
Este artigo busca pensar, por meio de uma análise literária, a técnica moderna da expressão de mal-estar presente na obra Frankenstein, publicada originalmente em 1818, escrita por Mary Shelley. Frankenstein narra a história de um jovem estudante de ciências naturais que utiliza da técnica para criar vida, por meio de seus conhecimentos profanos. O livro discute a relação do homem moderno com a ciência e com a natureza, além de refletir sobre as consequências que o desenvolvimento tecnológico, descolado das demandas coletivas da sociedade, pode gerar. Para analisar esse aspecto da obra é feita uma reflexão acerca do momento histórico vivido por Mary Shelley, em consonância com as problemáticas que cercam a literatura gótica e a técnica moderna.
Downloads
Referências
ALBERTI, Verena. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Revista Estudos Históricos, v. 4, n. 7, p. 66-81, 1991.
ARAÚJO, Alberto Filipe; ALMEIDA, Rogério; BECCARI, Marcos. O mito de Frankenstein: imaginário & educação. São Paulo: FEUSP, 2018.
BALIEIRO, Marcos Fonseca Ribeiro. O gótico e os limites do iluminismo: o caso Wuthering Heights. A Palo Seco-Escritos de Filosofia e Literatura, n. 10, p. 79-84.
BENNETT, Betty T.; CURRAN, Stuart (Ed.). Mary Shelley in her times. Maryland, JHU Press, 2000.
BENTIVOGLIO, Julio. História & Distopia. Vitória: Editora Milfontes, 2019.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: L&PM, 2021.
BOTTING, F. Gothic. Londres; Nova York: Routledge, 2005.
BRÜSEKE, Franz Josef. A técnica e os riscos da modernidade. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001.
CANDIDO, Antonio Candido. Literatura e Sociedade. 8ª Ed. - São Paulo: T. A. Queiroz, 2000.
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 4ª. ed. reorg. pelo autor. São Paulo/ Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004.
DE LIMA GRECCO, Gabriela. História e literatura: entre narrativas literárias e históricas, uma análise através do conceito de representação. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 6, n. 11, 2014.
DE OLIVEIRA, Fernanda Tatiani. Apontamentos sobre a tecnologia em herbert marcuse. Revista Primordium-v, v. 1, n. 2, p. 17-31, 2016.
FERREIRA, Antônio Celso. A fonte fecunda in PINSKY, Carla. O historiador e suas fontes. São Paulo: Editora Contexto, p. 61-92, 2009.
FERREIRA, Eliane Aparecida Galvão Ribeiro; DA ROCHA, Guilherme Magri. Cânone e mercado editorial: uma reflexão sobre a vitalidade de Frankenstein, de Mary Shelley. FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, n. 24, p. 119-137, 2020.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora UNESP, 1991.
HEIDEGGER, Martin. A questão da técnica. Scientiæ studia, v. 5, p. 375-398, 2007.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. São Paulo: Paz & Terra, 1991.
HOBSBAWM, Eric. Os trabalhadores. São Paulo: Paz & Terra, 2000.
KNELLER, George F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
LA ROCQUE, Lucia de; TEIXEIRA, Luiz Antonio. Frankenstein, de Mary Shelley, e Drácula, de Bram Stoker: gênero e ciência na literatura. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 8, p. 11-34, 2001.
MARCUSE, Herbert. Algumas implicações sociais da tecnologia moderna. In: Tecnologia, Guerra e Fascismo. São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 73-104.
MOERS, Ellen. Literary Women. Garden City, New York: Doubleday & Company, 1976.
OLIVEIRA, Bernardo Jefferson de. A ciência nas utopias de Campanella, Bacon, Comenius, e Glanvill. Kriterion: Revista de Filosofia, v. 43, p. 42-59, 2002.
QUEIROZ, Clara. Uma mulher singular. Mary Shelley (1797-1851). Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. ex æquo, n. 30, p. 55-68, 2014.
ROSSI, Aparecido D. R. Manifestações e configurações do gótico nas literaturas inglesa e norte-americana: um panorama. Revista de Letras, São Luís de Montes Belos, v. 2, p. 55-76, 2008.
ROUANET, Sérgio Paulo. Mal-estar na modernidade: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SANTOS, Mariana Dias Pinheiro. Frankenstein ou o Prometeu Moderno e o progresso científico. Desenredos, Teresina, ano XIII - número 36, p. 125-135, 2021.
SHELLEY, Mary. Frankenstein. São Paulo: Penguin - Companhia das Letras, 2015.
SHELLEY, Mary. History of a Six Weeks’ Tour Through a Part of France, Switzerland, Germany, and Holland by Mary Shelley-Delphi Classics (Illustrated). Delphi Classics, 2017.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).