A TÉCNICA MODERNA PRESENTE NO LIVRO FRANKENSTEIN, DE MARY SHELLEY

  • Rafael Kiefer Teixeira dos Santos Universidade Federal do Espírito Santo
Palavras-chave: Frankenstein, Modernidade, Técnica, Literatura, Mal-estar

Resumo

Este artigo busca pensar, por meio de uma análise literária, a técnica moderna da expressão de mal-estar presente na obra Frankenstein, publicada originalmente em 1818, escrita por Mary Shelley. Frankenstein narra a história de um jovem estudante de ciências naturais que utiliza da técnica para criar vida, por meio de seus conhecimentos profanos. O livro discute a relação do homem moderno com a ciência e com a natureza, além de refletir sobre as consequências que o desenvolvimento tecnológico, descolado das demandas coletivas da sociedade, pode gerar. Para analisar esse aspecto da obra é feita uma reflexão acerca do momento histórico vivido por Mary Shelley, em consonância com as problemáticas que cercam a literatura gótica e a técnica moderna.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Kiefer Teixeira dos Santos, Universidade Federal do Espírito Santo

Graduado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e membro pesquisador do Laboratório de Estudos de Teoria da História e História da Historiografia (LETHIS), coordenado pelo Prof. Dr. Julio Bentivoglio.

Referências

ABROMEIT, John. Heideggerianismo de esquerda ou marxismo fenomenológico? Reconsiderando a teoria crítica da tecnologia de Herbert Marcuse. Caderno CRH, v. 24, p. 285-305, 2011.

ALBERTI, Verena. Literatura e autobiografia: a questão do sujeito na narrativa. Revista Estudos Históricos, v. 4, n. 7, p. 66-81, 1991.

ARAÚJO, Alberto Filipe; ALMEIDA, Rogério; BECCARI, Marcos. O mito de Frankenstein: imaginário & educação. São Paulo: FEUSP, 2018.

BALIEIRO, Marcos Fonseca Ribeiro. O gótico e os limites do iluminismo: o caso Wuthering Heights. A Palo Seco-Escritos de Filosofia e Literatura, n. 10, p. 79-84.

BENNETT, Betty T.; CURRAN, Stuart (Ed.). Mary Shelley in her times. Maryland, JHU Press, 2000.

BENTIVOGLIO, Julio. História & Distopia. Vitória: Editora Milfontes, 2019.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: L&PM, 2021.

BOTTING, F. Gothic. Londres; Nova York: Routledge, 2005.

BRÜSEKE, Franz Josef. A técnica e os riscos da modernidade. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001.

CANDIDO, Antonio Candido. Literatura e Sociedade. 8ª Ed. - São Paulo: T. A. Queiroz, 2000.

CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 4ª. ed. reorg. pelo autor. São Paulo/ Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004.

DE LIMA GRECCO, Gabriela. História e literatura: entre narrativas literárias e históricas, uma análise através do conceito de representação. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 6, n. 11, 2014.

DE OLIVEIRA, Fernanda Tatiani. Apontamentos sobre a tecnologia em herbert marcuse. Revista Primordium-v, v. 1, n. 2, p. 17-31, 2016.

FERREIRA, Antônio Celso. A fonte fecunda in PINSKY, Carla. O historiador e suas fontes. São Paulo: Editora Contexto, p. 61-92, 2009.

FERREIRA, Eliane Aparecida Galvão Ribeiro; DA ROCHA, Guilherme Magri. Cânone e mercado editorial: uma reflexão sobre a vitalidade de Frankenstein, de Mary Shelley. FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, n. 24, p. 119-137, 2020.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora UNESP, 1991.

HEIDEGGER, Martin. A questão da técnica. Scientiæ studia, v. 5, p. 375-398, 2007.

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. São Paulo: Paz & Terra, 1991.

HOBSBAWM, Eric. Os trabalhadores. São Paulo: Paz & Terra, 2000.

KNELLER, George F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

LA ROCQUE, Lucia de; TEIXEIRA, Luiz Antonio. Frankenstein, de Mary Shelley, e Drácula, de Bram Stoker: gênero e ciência na literatura. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 8, p. 11-34, 2001.

MARCUSE, Herbert. Algumas implicações sociais da tecnologia moderna. In: Tecnologia, Guerra e Fascismo. São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 73-104.

MOERS, Ellen. Literary Women. Garden City, New York: Doubleday & Company, 1976.

OLIVEIRA, Bernardo Jefferson de. A ciência nas utopias de Campanella, Bacon, Comenius, e Glanvill. Kriterion: Revista de Filosofia, v. 43, p. 42-59, 2002.

QUEIROZ, Clara. Uma mulher singular. Mary Shelley (1797-1851). Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. ex æquo, n. 30, p. 55-68, 2014.

ROSSI, Aparecido D. R. Manifestações e configurações do gótico nas literaturas inglesa e norte-americana: um panorama. Revista de Letras, São Luís de Montes Belos, v. 2, p. 55-76, 2008.

ROUANET, Sérgio Paulo. Mal-estar na modernidade: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SANTOS, Mariana Dias Pinheiro. Frankenstein ou o Prometeu Moderno e o progresso científico. Desenredos, Teresina, ano XIII - número 36, p. 125-135, 2021.

SHELLEY, Mary. Frankenstein. São Paulo: Penguin - Companhia das Letras, 2015.

SHELLEY, Mary. History of a Six Weeks’ Tour Through a Part of France, Switzerland, Germany, and Holland by Mary Shelley-Delphi Classics (Illustrated). Delphi Classics, 2017.
Publicado
20-12-2023
Seção
Artigos dossiê temático