A MULHER EVANGÉLICA E O DISCURSO RELIGIOSO CRISTÃO: ENTRE O SENTIDO E A OPRESSÃO

Resumo

O presente trabalho, foi extraído da Monografia apresentada ao curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em Junho de 2020, que teve como objetivo compreender a influência do discurso religioso cristão nos processos de subjetivação das mulheres evangélicas, considerando a propriedade paradoxal do discurso, enquanto mecanismo de opressão e princípio de elucidação de sentido. Realizou-se uma pesquisa qualitativa e teórica, a partir da revisão de literaturas, tendo como inspiração a ferramenta metodológica de análise de discurso. O estudo foi fundamentado nos conceitos de processo de subjetivação e de poder, bem como, nas considerações relacionadas às questões de gênero, no que se refere à opressão, violência e dominação das mulheres. As reflexões críticas foram pensadas a partir da investigação sobre a história da incorporação do discurso religioso cristão na cultura brasileira. Com destaque para as questões de gênero, buscou-se elucidar os sentidos ocultos nas narrativas acerca das principais personagens femininas que aparecem em mitos e histórias bíblicas judaico-cristãs. Este estudo possibilitou ainda, identificar as formas de enfrentamento às opressões de gênero, encontradas por mulheres cristãs, por meio de movimentos de resistência e da Teologia Feminista, que se contrapõem ao discurso patriarcal, especialmente ao propor a desconstrução do conceito de um Deus masculinizado, em uma nova hermenêutica bíblica. Por fim, foi possível apontar sobre a implicação do psicólogo diante da atualização das opressões de gênero, implícitas no discurso religioso cristão em nossa sociedade, bem como, propor a reflexão sobre a elaboração de novas possibilidades de enfrentamento a tais opressões, suscitando oportunidades de futuros estudos e discussões acerca da igualdade de gênero na contemporaneidade.