ME CHAME PELO SEU NOME E EU TE CHAMAREI PELO MEU: A POSSIBILIDADE DE INVENÇÃO DO AMOR – UMA LEITURA PSICANALÍTICA
Palavras-chave:
Me chame pelo seu nome, Amor, Adolescência, Psicanálise, TranferênciaResumo
O presente artigo tem como objetivo pesquisar o amor em interface com a psicanálise e o cinema. Para tanto, utiliza-se como pano de fundo da discussão o filme Me chame pelo seu nome do diretor Lucca Guadagnino. O percurso metodológico baseia-se na investigação teórica com enfoque na teoria psicanalítica de Freud e Lacan, também foram utilizados artigos científicos disponíveis em bancos de dados indexados e em livros que abordavam o assunto investigado. Como critério de inclusão, foram usados os descritores amor e psicanálise para a seleção de artigos. Posteriormente, recorreu-se a vinhetas fílmicas para ilustrar a discussão. Entre os resultados, destaca-se a transferência como conceito fundamental para a psicanálise, uma vez que se trata de um conceito clínico indispensável para o tratamento analítico. Evidencia-se ainda a adolescência como um momento de encontro com o real, como proposto por Lacan (1974/2003) e a possibilidade da invenção singular do sujeito como saída para o real. Por fim, ressalta-se os aforismas lacanianos “a relação sexual não existe” e” amor como suplência para a não relação”, a partir do encontro amoroso dos protagonistas do filme e a invenção de um nome para este amor que vem fazer suplência ao desencontro da relação.
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