CORPOS NO PLURAL: RUMO A UM MANIFESTO ANARCOFEMINISTA

Autores

  • Maíra Marcondes Moreira PUC Minas
  • Clara Ratton

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n1p290-316

Palavras-chave:

anarquismo, feminismo, imaginal, interseccionalidade, Marxismo, materialismo, Spinoza.

Resumo

Nos últimos anos, tornou-se lugar comum declarar que a dominação ocorre
por meio de eixos múltiplos, em que gênero, classe, raça e sexualidade se
interseccionam um com o outro. Ainda que haja muitos trabalhos empíricos
interessantes produzidos a partir da premissa da interseccionalidade,
raramente estes se encontram vinculados à tradição anarquista que os
precede. Neste artigo, gostaria de articular esse ponto, mostrando a utilidade,
mas também os limites da noção de interseccionalidade, para entender
os mecanismos de dominação e, depois, discutir a necessidade de um
programa de pesquisa anarcofeminista. Em segundo lugar, tentarei fornecer
a estrutura filosófica para tal empreendimento, argumentando que é na
ontologia spinozista do transindividual que podemos encontrar os recursos
conceituais para pensar sobre a natureza plural dos corpos das mulheres e,
portanto, sobre sua opressão. Isso permitirá que eu tente articular a questão
de “o que significa ser uma mulher” em termos pluralistas e, assim, também
defender uma forma especificamente feminista de anarquismo. Concluindo,
retomarei a tradição anarcofeminista para demonstrar por que ela é hoje
a melhor aliada possível do feminismo na busca de uma teoria crítica da
sociedade.

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Biografia do Autor

Clara Ratton

Professora associada de Filosofia na The New School for Social Research, Nova Iorque, Estados Unidos.

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Publicado

2020-04-13

Edição

Seção

Seção Aberta / Open Section / Sección Abierta