A CONSTRUÇÃO DA “AMAZÔNIA”:
diálogo entre autores
Palavras-chave:
Amazônia; Discursos; Narrativas.Resumo
Este artigo analisa as narrativas históricas que moldaram a percepção da região amazônica desde a chegada dos europeus, destacando como essas narrativas influenciaram a construção de conceitos como "vazio", "sertão", "bárbaro", "edênica", "distante", "mítica", "atraso" e "selvagem". O texto também explora as maneiras pelas quais os viajantes nomearam e definiram o "grande rio" da Amazônia, bem como a produção de imagens e sentidos relacionados à "sociedade" e à "natureza". Em um segundo momento, o artigo dialoga com novas construções narrativas que questionam o paradigma do "amazonialismo", incorporando vozes e sujeitos anteriormente silenciados. A presente pesquisa consiste em uma abordagem bibliográfica e qualitativa, na qual será realizada uma análise de obras e discursos de renomados autores. Dentre os estudiosos explorados, destacam-se Albuquerque (2016, 2020), Carvalho (2020), Certeau (1982), Freire (2004), Iglesias (2010), Lagrou (2007) e Link (2016). Essas novas perspectivas buscam trazer uma maior representatividade para as cartografias que delinearam as fronteiras identitárias da Amazônia e essas representações produziram subjetividades e silenciaram línguas, memórias, culturas e histórias locais. Chegamos à conclusão de que questionar e desconstruir essas narrativas estereotipadas e preconceituosas é imprescindível. É fundamental reconhecer a diversidade cultural e a importância das comunidades indígenas na preservação e no conhecimento da Amazônia. Devemos valorizar as vozes e os conhecimentos locais, promovendo o respeito ao meio ambiente e buscando um desenvolvimento sustentável que proteja a rica biodiversidade e os ecossistemas únicos da região amazônica. Somente dessa maneira poderemos superar os estigmas e construir uma visão mais ampla e verdadeira da Amazônia, reconhecendo seu valor como patrimônio natural e cultural do Brasil e do mundo.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Gerson. Viagens, viajantes e narrativas: leituras de trânsitos. Revista Igarapé. Porto Velho (RO). V.13, N. 1, p. 1-6, 2020.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Tradução Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
CARVALHO, Marcio Rodrigo Coelho de. Sertão. In: ALBUQUERQUE, Gerson Rodrigues de; PACHECO, Agenor Sarraf. Uwa’kürü – Dicionário Analítico. Rio Branco: Nepan Editora, 2020, p. 183-191.
CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
CUNHA, Euclides da. À margem da História. São Paulo: Ed. Martin Claret, 2006.
FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel: a História das línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2004.
GONDIN, Neide. A invenção da Amazônia. Manaus: Valer, 2007.
IGLESIAS, Marcelo Piedrafita. Os Kaxinawá de Felizardo: correrias, trabalho e civilização no Alto Juruá. Brasília: Paralelo 15, 2010.
ISHII, Raquel Alves. William Chandless: arte e ofício em literatura de viagem pelas Amazônias. Rio Branco: Nepan, 2019.
LAGROU, Els. A Fluidez da Forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica (Kaxinawa, Acre), Rio de Janeiro: TopBooks, 2007, 565 p.
LINK, Rogério Sávio. Vivendo entre Mundos: o povo Apurinã e a última fronteira do Estado brasileiro nos séculos XIX e XX. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Porto Alegre, BR-RS, 2016. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/142913/000994268.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 05 ago. 2021.
LOUREIRO, J.J. Cultura amazônica uma abordagem poética. Belém: CEJUP, 1995.
MAIA, Mário. Rios e barrancos do Acre (romance). 2. ed. Brasília (DF): Centro Gráfico do Senado Federal, 1980.
MESSINA, Marcello. Atraso. In: ALBUQUERQUE, Gerson Rodrigues de; PACHECO, Agenor Sarraf. Uwa’kürü – Dicionário Analítico – 1. Rio Branco: Nepan Editora, 2016, p. 97-107.
PACHECO, Agenor Sarraf. Cidade-Floresta. In: Gerson Rodrigues de; PACHECO, Agenor Sarraf. Uwa’kürü – Dicionário Analítico – 1. Rio Branco: Nepan Editora, 2016, p. 108-129.
SANTILLI, Paulo. Trabalho escravo e brancos canibais. Uma narrativa histórica Macuxi, In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcira Rita (org.). Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Editora da Unesp, 2002. p. 487-505.
SILVA, Francisco Bento da Silva. Acre, A Sibéria Tropical: desterros para as regiões do Acre em 1904 a 1910. Manaus: UEA Edições, 2013.
SILVA, Francisco Bento da. Acre, Formas de Olhar e Narrar: Natureza e História nas Ausências. Rio Branco: Nepan, 2020.
UGARTE, Auxiliomar Silva. Sertões de bárbaros: o mundo natural e as sociedades indígenas na Amazônia na visão dos cronistas ibéricos – séculos XVI/XVII. Manaus: Valker, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto(emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da Revista do ICH, e concordo(amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o(s) autor(es), empresas, instituições ou indivíduos.
I (We) submit the presented article, an original text, to the evaluation of the Revista do ICH, and agree that its referring copyrights will become the exclusive property of the PUC Minas Publishing House, with any reproduction, either in full or in part, being forbidden in any other form or means of printed or electronic communication without the request for prior necessary written authorization to be obtained from the said Publishing House. I (We) also declare that there is no conflict of interests between the subject matter and the author (s), companies, institutions or individuals.