TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE E SEXUALIDADE: DESAFIOS NA INTIMIDADE E COMPORTAMENTOS DE RISCO
Palavras-chave:
transtono de personalidade boderline, sexualidade, saúde mentalResumo
INTRODUÇÃO: Os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentam um padrão difuso de instabilidade nas relações interpessoais, autoimagem e afetos, com impulsividade marcante que afeta diversas áreas da vida, incluindo a sexualidade. Essa impulsividade pode se manifestar em comportamentos sexuais de risco, como múltiplos parceiros, sexo desprotegido ou relacionamentos intensos e instáveis. A busca constante por validação emocional e o medo de abandono levam esses indivíduos a desenvolverem padrões de comportamento sexual disfuncionais, frequentemente oscilando entre a idealização e a desvalorização dos parceiros. Além disso, a instabilidade na autoimagem pode dificultar o estabelecimento de uma identidade sexual clara, gerando confusão e incerteza em relação às preferências e ao próprio corpo. Essas características tornam a sexualidade de pessoas com transtorno borderline uma área vulnerável, repleta de desafios emocionais e comportamentais. OBJETIVO: Explorar como o TPB afeta a sexualidade, com ênfase nos desafios relacionados à intimidade, dificuldades em estabelecer e manter relacionamentos saudáveis, e o impacto dos comportamentos de risco associados à doença. METODOLOGIA: A partir de uma busca nas bases de dados UpToDate, SciELO e PubMED, utilizando os descritores "Borderline Personality Disorder", "Sexuality" e “Sexually Transmitted Diseases OR sexual risk behavior” foram selecionados estudos observacionais e de revisão, publicados em inglês e português. Posteriormente, os artigos incoerentes com o objetivo proposto ou sem qualidade metodológica, segundo a escala New-Castle Ottawa, foram excluídos, totalizando a inclusão de 9 estudos. RESULTADOS: Estudos demonstram que o sexo feminino com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) enfrentam dificuldades significativas em manter relacionamentos saudáveis e relatam mais conflitos não resolvidos em relação à sexualidade do que mulheres sem o transtorno. Em um desses estudos, as participantes com TPB apresentaram uma porcentagem maior de problemas sexuais, refletindo a complexa dinâmica emocional e comportamental associada ao transtorno. A instabilidade emocional e a impulsividade características do TPB agravam as relações íntimas, tornando desafiador formar e sustentar laços afetivos consistentes. Além disso, sintomas dissociativos e a desregulação emocional contribuem para um padrão instável de proximidade e afastamento em relacionamentos românticos e sexuais, levando a uma alternância entre a busca intensa por intimidade e a aversão ao contato emocional. Somado a isso, uma ampla gama de pesquisas confirma que indivíduos com TPB são mais propensos a se engajar em comportamentos sexuais impulsivos e de risco, como sexo desprotegido, múltiplos parceiros e encontros sexuais espontâneos. Esses comportamentos estão associados a um risco significativamente aumentado de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com adolescentes diagnosticados com TPB apresentando níveis mais altos de comportamentos de risco sexual, em parte devido às dificuldades em lidar com emoções e impulsividade. CONCLUSÃO: Com base nos resultados dos estudos revisados, observa-se que o TPB afeta profundamente a capacidade dos indivíduos de manter relacionamentos íntimos e saudáveis, devido à desregulação emocional e impulsividade, contribuindo também para comportamentos sexuais de risco. Esses desafios reforçam a necessidade de intervenções terapêuticas que abordem tanto a regulação emocional quanto às questões sexuais, a fim de promover melhores desfechos nos relacionamentos e na saúde sexual.
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