A memória da Antiguidade Clássica na escrita de Alphonsus de Guimaraens
Resumo
Segundo Albin Lesky, As civilizações grega e romana da Antiguidade deixaram para o mundo contemporâneo um extenso legado no que se refere às artes, dentre elas, a literatura. Herdamos a poesia épica, a poesia lírica, a tragédia, a comédia, o romance, a oratória, a fábula e a sátira (LESKY, 1995). Tomando por base a recepção dos clássicos na poesia praticada até na primeira metade o século 20, este artigo propõe centrar-se na importante influência da literatura clássica, especialmente, algumas expressões da sátira de Horácio na poesia de Alphonsus de Guimaraens, sejam em paratextos ou mesmo em termos de diálogo. A partir de um percurso, inicialmente, por meio do epistolário do simbolista mineiro, e depois pelos poemas, dado seu gosto pela inserção de expressões latinas em seus textos, e também pelo apreço que tinha pelas línguas novi-latinas, nota-se um sutil diálogo com a sátira horaciana. Considerando que Horácio alcança diversos autores em diferentes literaturas, e isso constrói uma memória acerca da experiência de escrita do poeta mineiro, a base teórica sobre as manifestações da memória foi buscada nos textos: Kafka e seus precursores, de Jorge Luis Borges; e Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural, de Aleida Assmann.
Palavras-chave: Alphonsus. Horácio. Memória Cultural. Simbolismo.
Referências
ASSMANN, Aleida. Introdução. In: Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural; tradução: Paulo Soethe. Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2011.
ASSMANN, Aleida. “Lembrar para não repetir”. In: Jornal da Unicamp, Campinas, p. 7, 10 a 16 Jun. 2013.
BARBOSA, Tereza Virginia Ribeiro; BRANDÃO, Jacyntho José Lins; TREVISAM, Matheus. “O que chamamos de clássico?”. In: Aletria; vol. 19, pp. 8-9; UFMG, 2009.
BORGES, J. L. “Kafka e seus precursores”. In: Outras inquisições. SP: Companhia das Letras, 2012.
BUENO, Alexei. Correspondência de Alphonsus de Guimaraens. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2002.
GUIMARAENS, Alphonsus de. “Memento, homo, quia...”. In: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização e preparo de textos por Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960; p. 327 - 328.
GUIMARAENS, Alphonsus de. Mendigos. In: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização e preparo de textos por Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960; pp. 395 - 489.
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização e preparo de textos por Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960.
GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. Itinerários: cartas a Alphonsus de Guimaraens Filho. SP: Duas Cidades, 1974.
LESKY, Albyn. História da Literatura Grega. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1995.
MARQUES, Ângela Maria Salgueiro. O Sublime na poesia de Alphonsus de Guimaraens: presença da morte. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Letras, UFMG, 1998.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12 ed., São Paulo: Cultrix, 2013.
OLIVEIRA, Martins de. História da literatura mineira. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1963, p. 234-244.
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. In: Gênesis 3: 19. Brooklyn, New York, U.S.A.: Watch Tower Bible and Tract of Pensylvania: Brooklyn, New York, U.S.A., 1986, p. 10.
VALÉRY, Paul. Tel quel I. Paris: Gallimard, 1941. p. 19.
The author detains permission for reproduction of unpublished material or with reserved copyright and assumes the responsibility to answer for the reproduction rights.