DEMOCRACIA NAS TRINCHEIRAS:

emergência e guerra como tecnologias de gestão da contingência

Autores

  • Luciano Nuzzo UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7999.2024v27n54p188-209

Palavras-chave:

Democracia, Guerra, Emergência, Autoimunidade, Crítica

Resumo

Há pelo menos vinte anos, assistimos ao uso cada vez mais generalizado e comum de instrumentos excepcionais para enfrentar emergências sociais, econômicas, políticas ou sanitárias. O que me parece novo, no entanto, é a estabilização de um dispositivo de segurança que, por um lado, generaliza e normaliza a crise e, por outro, internaliza a exceção, permitindo que funcione como uma prática de governo, gestão e administração da contingência. A segurança torna-se o pré-requisito e o objetivo da política. Esse artigo quer refletir sobre duas consequências desse processo. A primeira, é a dimensão autoimune das democracias contemporâneas. O fato que as democracias se protegem e se alimentam se limitando e se ameaçando por si mesmas.  A segunda é a generalização da guerra e da emergência. Sob essa perspectiva, a guerra reativa o aparato de segurança no novo cenário global, utilizando instrumentalmente a crise e a emergência como articulações da governança neoliberal. Numa perspectiva filosófica política, a análise proposta mira desconstruir as categorias  das categorias da tradição política e jurídica moderna e, ao mesmo tempo, através da mobilização de conceitos e  pensadores contemporâneos, o artigo se interroga sobre a possibilidade de uma democracia por vir.

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Publicado

2024-12-23

Edição

Seção

Dossiê | Diferença e diferimento