TRABALHO DOMÉSTICO E ESCRAVIDÃO NO BRASIL SOB UMA PERSPECTIVA BIOPOLÍTICA

um continuum de violência e exploração dos corpos femininos

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7999.2021v24n47p225-250

Palabras clave:

trabalho doméstico, mulheres, pandemia, estado de exceção, biopolítica

Resumen

O artigo tem por objetivo apresentar as categorias filosóficas da biopolítica, do estado de exceção e do paradigma do campo, a partir da obra de Michel Foucault e Giorgio Agamben, como backgroud teórico para contextualizar a questão da violência perpetrada contra mulheres, majoritariamente pobres e negras no Brasil contemporâneo nos seus espaços de trabalho durante a pandemia da Covid-19. Busca-se responder ao seguinte problema de pesquisa: em que medida, sob uma perspectiva biopolítica, é possível estabelecer um continuum histórico entre escravidão e trabalho doméstico no Brasil, marcado pela violência e pela exploração dos corpos femininos nos espaços de trabalho? A pesquisa é perspectivada por meio da técnica da pesquisa bibliográfica e do método genealógico foucaultiano, pois aborda questões da contemporaneidade sem perder de vista fatos do passado histórico do país. O texto se estrutura em duas partes: a) inicialmente, discorre sobre a violência histórica perpetrada contra mulheres pobres e negras vinculadas ao trabalho doméstico desde o Brasil Colônia até o contexto contemporâneo; b) na sequência, analisa como a casa, especialmente em tempos de pandemia, pode constituir-se em uma espécie de campo, ao transformar-se em espaço de exceção que permite a perpetuação (permanente) das mais abjetas formas de escravidão, que colocam mulheres no centro das técnicas de politização e exploração da vida.

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Biografía del autor/a

Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)

Doutor em Direito Público (UNISINOS). Professor do Curso de Direito da UNIJUÍ. Coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos - da UNIJUÍ. Líder do Grupo de Pesquisa Biopolítica & Direitos Humanos (CNPq). Pesquisador Gaúcho – Edital FAPERGS nº 05/2019

Joice Graciele Nielsson, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

Doutora em Direito Público (UNISINOS). Professora do Curso de Direito da UNIJUÍ e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos - da UNIJUÍ. Integrante do Grupo de Pesquisa Biopolítica & Direitos Humanos (CNPq)

Publicado

2021-06-21

Número

Sección

ENCERRADO | Dossiê - O desafio do trabalho feminino e sua relação com o Direito