RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO

Autores

  • Paul Gilbert
  • Ibraim Vitor de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144

Palavras-chave:

Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.

Resumo

A contemporaneidade, de fato, atribui às paixões a capacidade de conceder acesso à realidade, aliás, de construir a realidade. Porém, em se tratando da oposição entre razão e paixão, a discussão é bastante antiga, já era clássica não só em filosofia, mas também na educação. A razão, “objetiva”, seria a garantia da paz civil; a paixão, “subjetiva”, seria, contrariamente, causa de muitos distúrbios sociais. A partir de Platão, a primeira é chamada a confrontar-se com a realidade, vale dizer, com os elementos estáveis da experiência humana. A razão é, por princípio, mestra de si, ativa e impassível com relação ao que é flexível e não se deixa tocar por nada que possa fragilizá-la ou mudá-la. A segunda, diversamente, é pouco confiável, porque sempre em movimento e com absoluta dependência dos eventos que a impulsionam casualmente; ela é essencialmente reativa. Por isso, para a tradição, o ideal de homem, a melhor expressão da sua identidade e da sua dignidade, se situa na sua capacidade de realizar a própria vontade, de não ser enganado por paixões fantásticas e inconstantes. Trata-se de uma autodeterminação, em outros termos, de inteira possessão de si.

PALAVRAS-CHAVE: Paixão. Razão. Realidade. Compaixão. Interlocução.

RIASSUNTO:

La contemporaneità attribuisce infatti alle passioni la capacità di dare accesso alla realtà, di costituire anzi la realtà. L’opposizione era però classica, in filosofia ma anche nell’educazione, tra la ragione e la passione: la prima, ‘oggettiva’, garantirebbe la pace civile; la seconda, ‘soggettiva’, sarebbe invece causa di molti disturbi sociali. Da Platone in poi, la prima è chiamata a confrontarsi con le realtà, vale a dire con gli elementi stabili dell’esperienza umana: è per principio maestra di sé, attiva e impassibile verso ciò che è fluttuante, non si lascia toccare da niente che possa renderla fragile o cambiarla; la seconda, invece, poco affidabile, perché sempre movimentata e dipendente dagli eventi che la sfiorano casualmente, è essenzialmente reattiva. L’ideale dell’uomo, l’espressione migliore della sua identità e della sua dignità, si situa perciò nella sua capacità di realizzare la propria volontà, di non essere ingannato da passioni fantastiche e incostanti; è l’auto-determinazione o la possessione intera di sé.

PAROLE CHIAVE: Passione. Ragione. Realtà. Compassione. Interlocuzione.

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Biografia do Autor

Paul Gilbert

Paul Gilbert, filósofo belga (de Charleroi, 1945), foi professor titular da Cátedra de Metafísica da Pontificia Università Gregoriana de Roma, de 1986 a 2014, e Professor convidado em Paris, Kinshasa, América Latina.

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Publicado

2019-07-14

Como Citar

Gilbert, P., & Oliveira, I. V. de. (2019). RAZÃO, REALIDADE, COMPAIXÃO. Sapere Aude, 10(19), 122–144. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2019v10n19p122-144

Edição

Seção

ARTIGOS TRADUZIDOS/TRANSLATED ARTICLES