KANT E SECULARIZAÇÃO DA ESCATOLOGIA CRISTÃ
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2020v11n21p194-206Palavras-chave:
Problema do mal. Escatologia cristã. Filosofia kantiana da história. Secularização. Imanência.Resumo
O artigo pretende apontar as analogias e diferenças fundamentais entre a filosofia de Kant e a doutrina cristã (especialmente aquela formulada por Santo Agostinho) com relação à célebre discussão a respeito do mal e à visão escatológica da história humana. Sugere-se que a influência exercida pelo pensamento de Rousseau contribuiu para que as ideias kantianas se distinguissem da visão cristã tradicional, exprimindo a mudança na estrutura de fundo em que se manifesta o pensamento genuinamente moderno. Demonstra-se que a reflexão kantiana sobre o mal, bem como sua filosofia da história, são marcadas pela perspectiva da imanência, buscando no próprio homem a origem do mal e nutrindo uma esperança de redenção que nada tem de transcendente, mas realiza-se na história por meio da ação humana. O artigo conclui que, enquanto Agostinho, com sua ideia da “queda” e da consequente corrupção da natureza humana, ressalta a noção cristã de redenção, Kant traduz tal noção pela concepção secularizada da perfeição moral do homem, construída ao longo de um processo de aprendizado da razão, que confere à história humana o caráter de um crescente esclarecimento do conteúdo e da forma da lei moral.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.