A CRÍTICA POLÍTICA DE ROUSSEAU AO CRISTIANISMO NO CONTRATO SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p213-228Palavras-chave:
Rousseau, Cristianismo, crítica, Jesus de Nazaré, unidadeResumo
O objetivo deste artigo é analisar a crítica política de Rousseau ao cristianismo no Contrato social. Para isto, investigaremos o problema da unidade do Estado e a visão do genebrino acerca da dualidade no corpo político introduzida pela figura de Jesus de Nazaré, a relação da religião cristã com as sociedades particulares e com a sociedade geral do gênero humano, e a crítica à religião dos evangelhos como uma religião “inteiramente espiritual” sem vínculo com o corpo político. O genebrino é muito cuidadoso em distinguir as diferentes vertentes do cristianismo. O autor tem muita clareza das diferenças entre o catolicismo romano e os diferentes ramos do protestantismo, por exemplo. Além disso, Rousseau sabe também reconhecer que há uma enorme distância entre a proposta original de Jesus de Nazaré e o cristianismo como este se constituiu historicamente. Porém, como pretendemos demonstrar, a crítica de Rousseau ao cristianismo alcança todas as suas formas e vertentes, não restando, portanto, nenhuma forma desta religião que seja viável como alternativa para o corpo político.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Thiago Vargas Escobar. A Sociedade e as Trocas. Rousseau, a Economia Política e os Fundamentos Filosóficos do Liberalismo. 2020. Tese (Doutorado em Filosofia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
BACHOFEN, Blaise. La religion civile selon Rousseau: une théologie politique négative. In: WATERLOT, Ghislain (Org.). La théologie politique de Rousseau. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2012, pp. 37-62.
DERATHÉ, Robert. Jean-Jacques Rousseau et la science politique de son temps. Paris: Presses Universitaires de France, 1950.
DIDEROT, Dênis. Enciclopédia, ou Dicionário Razoado das Ciências, das Artes e dos Ofícios, vol. 4: Política. São Paulo: Ed. Unesp, 2015.
GUÉNARD, Florent. “Esprit social” et “choses du ciel”: religion et politique dans la pensée de Rousseau. In: WATERLOT, Ghislain (Org.). La théologie politique de Rousseau. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2012, pp. 15-36.
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Trad. Renato Janine Ribeiro. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
KAWAUCHE, Thomaz. Religião e política em Rousseau: o conceito de religião civil. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2013.
MASSON, Pierre-Maurice. La religion de J.J. Rousseau. Paris: Hachette, 1916.
MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Brasília: Ed. UnB, 1994.
ROUSSEAU, J.-J. Du Contrat social. In: Œuvres complètes III. Paris: Gallimard, 1964 (Col. Bibliothèque de la Pléiade).
ROUSSEAU, J.-J. Lettres écrites de la montagne. In: Œuvres complètes III. Paris: Gallimard, 1964 (Col. Bibliothèque de la Pléiade).
ROUSSEAU, J.-J. Du Contrat social (première version, manuscrit de Genève). In: Œuvres complètes III. Paris: Gallimard, 1964 (Col. Bibliothèque de la Pléiade).
ROUSSEAU, J.-J. Do Contrato Social. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
ROUSSEAU, J.-J. Cartas Escritas da Montanha. Tradução de Maria Constança Peres Pissarra e Maria das Graças de Souza. São Paulo: Ed. Unesp, 2006.
SALINAS FORTES, Luiz Roberto. Rousseau: da teoria à prática. São Paulo: Ática, 1976.
VARGAS, Yves. Les impuretés de la «religion purement civile» de Jean-Jacques Rousseau. In: L’AMINOT, Tanguy. Relire la religion civile avec Rousseau. Paris: L’Harmattan, 2017, p. 39-65.
WATERLOT, Ghislain. Rousseau: religion et politique. Paris: Presses Universitaires de France, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.