JULIETTE OU A LIBERTINAGEM FEMININA
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p312-322Palavras-chave:
libertinagem, Juliette, feminino, energia, naturezaResumo
Na obra do Marquês de Sade, a personagem Juliette representa o êxito de um espírito livre em oposição as desavenças da virtude vividas por sua irmã, Justine. Ao tomar o vício como elemento constituinte da vida humana, realiza o intento em demonstrar como o egoísmo caracteriza suas aspirações, operando nela a libertinagem. O propósito do presente texto é discutir como a libertinagem ocorre em Juliette, sob a hipótese de que a possibilidade de um espirito livre não depende do gênero, mas da capacidade e do alcance de cada um a partir da própria característica e dose de energia. Ademais, a mulher colocada no centro da realização libertina reforça a subversão operada pelo autor quanto ao lugar de homens e mulheres na realização da libertinagem, enfatizando a natureza como causa eficiente de suas próprias obras. A figura feminina em Sade tanto em Juliette como nas instrutoras mulheres dessa narrativa, demonstram o êxito da libertinagem nelas, retirando da mulher o lugar subalterno e virtuoso da sociedade de seu tempo.
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