A DOUTRINA KANTIANA DA PRUDÊNCIA

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DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n30p912-931

Palabras clave:

Prudência, Fundamentos, Doutrina, Felicidade, Virtude

Resumen

A prudência no sistema kantiano é, por vezes, entendida como algo meramente periférico; um conceito que quase sempre conflita com a lei moral. Todavia, são as máximas de prudência que configuram a conformidade das boas ações com o dever moral. Sem compreender bem a doutrina da prudência, pode-se incorrer em uma caricatura do sistema kantiano que não corresponde ao real significado filosófico de sua obra. Portanto, o objetivo desse texto é demonstrar como a prudência se ajusta no sistema kantiano e, assim, evidenciar o interesse da razão prática nas máximas de pragmáticas. Nossa hipótese é que tal doutrina não pode deixar de levar em consideração que todos os esforços de cumprimento das máximas pragmáticas são, para todos os efeitos, um disciplinamento associado ao exercício da virtude. Destarte, a prudência assume uma função formativa para a vontade humana. Com o passar dos anos ele se torna experiente e perspicaz, e sobretudo, conhecedor de suas inclinações e paixões; prudente nas coisas mundanas. Efetivamente, a prudência é uma disciplina para o arbítrio e uma instrução para que a vontade queira ser virtuosa.

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Biografía del autor/a

Tomaz Martins da Silva Filho, IFPA

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Tocantins. Professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará e chefe do setor pesquisa, pós-graduação e inovação do IFPA. E-mail: tomaz.martins@ifpa.edu.br. 

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Publicado

2024-12-25

Cómo citar

Silva Filho, T. M. da . (2024). A DOUTRINA KANTIANA DA PRUDÊNCIA. Sapere Aude, 15(30), 912–931. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n30p912-931