FAZER FILOSOFIA FEMINISTA
Uma proposta de aplicação
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v16n31p10-25Keywords:
filosofia feminista, debate público, Judith Butler, Donna HarawayAbstract
Este artigo se organiza em torno de perguntas que participam do meu percurso na filosofia como filósofa feminista: quem está autorizado a fazer filosofia? Como o método participa do sistema de autorização? O que é fazer filosofia no Brasil hoje? Para esclarecimento de tais questões, vou recorrer a duas filósofas feministas que me constituíram como professora e pesquisadora: Judith Butler e Donna Haraway. Alguns acontecimentos constituem os elementos que forma o cenário do presente artigo. Em primeiro lugar, o início da política de cotas para ingresso nas universidades federais, em 2012. Depois, as análises filosóficas dos acontecimentos políticos de 2013. Outro elemento importante foi a criação da linha de pesquisa Gênero, raça e colonialidade do Programa de pós-graduação em Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da UFRJ, em 2016 e, neste mesmo ano, a fundação do GT Filosofia e Gênero com base na incômoda pergunta “Quantas filósofas?”. Por fim, a reformulação do laboratório de pesquisa que coordenava, rebatizado com o nome “Filosofias do Tempo do Agora”.
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