SOBRE AS PALAVRAS “HUMANIDADES” E “HUMANISTAS” E SUA IMPORTÂNCIA FILOSÓFICA PARA O NOSSO TEMPO
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p10-23Palabras clave:
humanidades, humanistas, escolástica, enciclopedistasResumen
O artigo visa elucidar as origens da noção de humanismo, entendido no sentido da nomeação de um movimento cultural cujo início é cronologicamente localizável no Renascimento. Para entender como essa noção começa a ser construída, discute-se o estado da arte, ocasião em que se mostra como a palavra “humanismo” foi cunhada apenas no século XIX, tendo sido derivada do uso já decantado de “humanidades” e “humanistas”. Atentando-se a esses termos, operou-se um recorte histórico-geográfico, de maneira a focar a França dos setecentos, sem abandonar sua devida contextualização pela consideração também do século antecedente. A partir desse enfoque, foi realizado levantamento de ocorrência dos termos “humanidades”, “humanistas” e conexos, dos quais os mais relevantes foram analisados, notadamente alguns verbetes da Enciclopédia. Com isso, revela-se um posicionamento filosófico altivo que, ao se posicionar contra a “escolástica”, pretende recusar o vício epistêmico da hiper-abstração, cujo exagero consiste em abandonar a realidade acessível pela experiência. Essa recusa acompanha o elogio da eloquência, típico da tradição retórica, que se faz ver no século das Luzes pelo elogio ao bom “gosto” próprio a quem tem “graças” e “espírito”, o que só é possível através da erudição, especialmente aquela relativa à “literatura” e às “belas-letras”.
Descargas
Citas
BAAB, Florian. Was is Humanismus? Regensburg: Verlag Friedrich Pustet, 2013.
BAYLE, Pierre. Dictionnaire historique et critique. Troisième edition. Tome 3, Rotterdam: [s.n.], 1715.
BERNARD, Jacques-Emmanuel. Rhétorique et société chez Cicéron. Modèles linguistiques, nº58, 2008. Disponível em: http://journals.openedition.org/ml/368
CAMPANA, Augusto. The origin of word “humanism”. Journal of the Warburg and Courtauld Institutes, vol. 9, 1946, pp. 60-73.
D’HOLBACH, Baron. Théologie portative ou Dictionnaire abrégé de la religion chrétienne. Londres: [s.n.], 1768.
DIDEROT, Denis & D’ALEMBERT, Jean le Rond. L’Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers. Chicago: University of Chicago, Encyclopédie ARTFL Project, Robert Morrissey & Glenn Roe (eds.), Edição de outono de 2022. Disponível on-line em: https://encyclopedie.uchicago.edu
FRANÇON, Marcel. Humanisme, ‘Bonae Literae’, Encyclopédie. Romance Notes, vol. 13, no 3, 1972, pp. 523-528.
FUMAROLI, Marc. L’âge de l’éloquence: rhétorique et « res literaria » de la Renaissance au seuil de l’époque classique. Paris: Albin Michel, 1994.
FUMAROLI, Marc. Exercices de lecture: de Rabelais à Paul Valéry. Paris: Gallimard, 2006.
FUMAROLI, Marc. La République des Lettres. Paris: Gallimard, 2015.
HELVÉTIUS, Claude-Adrien. De l’esprit. In: Œuvres complètes. Paris: P. Didot, 1795, tomo 5.
KRISTELLER, Paul Oskar. Humanism. The Cambridge History of Renaissance Philosophy. New York: Cambridge University Press, 1988, pp. 113-138.
LÉONI, Sylviane. Une redécouverte restreinte: la rhétorique française du 18e siècle. Dix-huitième siècle, nº 30, 1998, pp. 179-193.
MARQUER, Éric. Art de penser et art de parler. Politique et poétique du langage dans la philosophie moderne. Paris: Classiques Garnier, 2019.
MOLIÈRE. (1673). Le malade imaginaire. Disponível em: http://moliere.huma-num.fr/base.php?Le_Malade_imaginaire
PUJOL, Stéphane. L’humanisme et les Lumières. Dix-huitième siècle, nº 30, 1998, pp. 271-279.
REGNARD, Jean-François. (1691). La coquette ou l’Académie des dames. Paris: [s/n], 1878.
VALADE, Bernard. L’érudition: usages et enjeux. Hermès, la Revue. Paris: CNRS Éditions, v. 87, nº 2, 2020, pp. 21-35.
VESPERINI, Pierre. Le sens d’humanitas à Rome. Mélanges de l'École française de Rome – Antiquité, vol. 127, nº 1, 2015, Disponível em : http://journals.openedition.org/mefra/2768
VOLTAIRE. (1773). Lettre anonyme adressée aux auteurs du Journal encyclopédique. In: Œuvres complètes de Voltaire, edição Louis Moland. Paris: Garnier, 1877-1885, tomo 29.
VOLTAIRE. (1756). Articles pour l'Encyclopédie. In: Œuvres complètes de Voltaire / Complete works of Voltaire. Oxford: Voltaire Foundation, 1968-, tomo 33.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.