O LUGAR DE VICO NO SÉCULO XVIII

ENTRE ILUMINISMO E ANTI-ILUMINISMO

Autores/as

  • José Valdir Teixeira Braga Filho UFC

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p35-46

Palabras clave:

cartesianismo, Vico, iluminismo, Nápoles, século XVIII

Resumen

O presente trabalho analisa a crítica de Giambattista Vico (1668-1744) ao cartesianismo no contexto cultural da Nápoles do século XVIII, buscando compreender o seu posicionamento concernente às novas tendências científicas e filosóficas da época. Tal procedimento se justifica com o objetivo de se contrapor às leituras que consideram Vico um pensador Anti-Iluminista a partir da sua crítica a René Descartes (1596-1650) – como é o caso de Isaiah Berlin (1909 – 1997) e Mark Lilla (1956). Defende-se a hipótese que, embora Vico critique o cartesianismo, ele não o rejeita completamente ao defender os saberes cultivados pelos humanistas renascentistas. Deste modo, a sua crítica ao cartesianismo não consiste numa negação total, mas na indicação dos seus limites. Vico busca reabilitar no seu contexto a importância de saberes que não se adequam ao ideal de matematização defendido pelo cartesianismo. Conclui-se que não se pode considerar Vico um anti-iluminista, mas sim um pensador que conciliou elementos da tradição clássica com as novas tendências filosóficas de sua época.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

José Valdir Teixeira Braga Filho, UFC

Doutorando em Ética e Filosofia Política pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ética e Filosofia Política pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará. Associado à Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII. E-mail: valdir_bfilho@outlook.com.

Citas

ARNAULD, Antoine; NICOLE, Pierre. A lógica ou a arte de pensar. Tradução de Nuno Fonseca. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2016.

BERLIN, Isaiah. Against the Current. Viking Press, New York: 1979.

BERLIN, Isaiah. Vico e Herder. Traduçãode Juan Antonio Gili Sobrinho. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1982.

BURKE, Peter. Vico. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora da UNESP, 1997.

CÍCERO, Marco Túlio. De Oratore. In: SCATOLIN, Adriano. A invenção no Do orador de Cícero: um estudo à luz de Ad Familiares I, 9, 23. 2009. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-19022010165443/. Acesso em: 27 out. 2023.

CROCE, Benedetto. La filosofia de Giambattista Vico. Bari: Laterza, 1922.

DESCARTES, René. Descartes. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Junior. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Col. Os Pensadores).

DONZELLI, Maria. Natura e humanitas nel Giovane Vico. Napoli: Istituto Italiano per gli Studi Storici, 1970.

FIKER, Raul. Vico. O precursor. São Paulo: Moderna, 1994.

KRISTELLER, Paul. General Introduction. In: KRISTELLER, Paul (org.). The Renaissance Philosophy of Man: Petrarca, Valla, Ficino, Pico, Pomponazzi, Vives. University of Chicago Press: Chicago, 1948.

KRISTELLER, Paul. Renaissance Thought. New York: Harper Torchbooks, 1961.

LILLA, Mark. G.B Vico – The Making of an Anti-Modern. Cambridge: Harvard University Press, 1993.

NICOLINI, Fausto. La Giovinezza di Giambattista Vico – Saggio Biografico. Istituto Italiano per gli studi storici. Napoli, 1992.

ROSSI, Paolo. Introduzione. In: VICO, Giambattista. Giambattista Vico – Opere. Milano: Ed. Paolo Rossi. Rizzolo, 1959. p.1-22.

SANNA, Manuela. Le cas Vico dans une Naples européenne. Archives de Philosophie, v. 80, p. 435-448. jul-set, Paris, 2017.

SILVA, Liliane Severiano. Giambattista Vico e a viragem do status cultural napolitano do final do século XVII: um diagnóstico do presente. Intuitio. Porto Alegre, v. 5 n. 2. 2012, p. 157-183.

STONE, Harold Samuel. Vico’s Cultural History – The production and transmission of Ideas in Naples 1685 – 1750. Leiden, New York, Koln: Brill, 1997.

VICO, Giambattista. Ciência Nova (1744). Tradução de Jorge Vaz de Carvalho. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa, 2005.

VICO, Giambattista. De nostri temporis studiorum ratione. In: SANTOS, Vladimir Chaves dos. O conceito de engenho e de invenção na ScienzaNuova de Giambattista Vico. 2009. 333 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1608750.

VICO, Giambattista. Epistolário. Cartas escolhidas, com alguns escritos menores em apêndice. Org. Sertório de Amorim e Silva Neto e Vladimir Chaves dos Santos. No prelo.

VICO, Giambattista. Epistole (1693 – 1728). Napoli: Ed. Manuela Sana. Laboratorio dell’ ISPF, 2007a.

VICO, Giambattista. Epistole (1729 – 1743). Napoli: Ed. Manuela Sana. Laboratorio dell’ ISPF, 2007b.

VICO, Giambattista. L’antichissima sapienza degli italici e Polemiche. In: VICO, Giambattista. Metafisica e Metodo. Tradução de Claudio Faschili e Ciro Greco. Milano: Bompiani, 2008, p. 185-399.

VICO, Giambattista. Vida escrita por si mesmo. Tradução de Ana Cláudia Santos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017.

Publicado

2025-04-22

Cómo citar

Filho, J. V. T. B. (2025). O LUGAR DE VICO NO SÉCULO XVIII: ENTRE ILUMINISMO E ANTI-ILUMINISMO. Sapere Aude, 2(2), 35–46. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p35-46

Número

Sección

ARTIGOS/ARTICLES: DOSSIÊ/DOSSIER