A DESCOBERTA AUSTRAL DE RÉTIF DE LA BRETONNE
ENTRE O ANTICOLONIALISMO E O IMPERIALISMO BENEVOLENTE
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p343-363Parole chiave:
Rétif de la Bretonne, A descoberta austral, crítica ao colonialismo, utopia, ficção científicaAbstract
Entre as críticas feitas por autores das Luzes às práticas políticas de sua época, a denúncia dos males do colonialismo ganhou espaço em diversas obras, tais como as de Rousseau, Diderot e Mercier, cada qual com seu modo próprio de enfocar o tema. No romance intitulado A descoberta austral por um homem voador, ou o Dédalo francês, publicado em 1781, Rétif de la Bretonne, por sua vez, mobiliza os gêneros da utopia e da ficção científica para realizar fortes censuras ao expansionismo exploratório europeu, mas, ao mesmo tempo, nos dá margem para levantar questionamentos relevantes sobre o tipo de imperialismo benevolente que coloca em seu lugar. Meu objetivo, portanto, é enveredar por essa problemática na obra de Rétif, mediante a análise das várias vozes dos personagens que a abordam ao longo do texto, discutindo tópicos pertinentes às múltiplas facetas das imagens do colonialismo no séc. XVIII, confrontando as possíveis contradições entre seus discursos justificatórios e suas formas de atuação, ou ainda entre os meios e os fins nele envolvidos.
Downloads
Riferimenti bibliografici
BOULERIE, Florence. Entre singe et oiseau, l’homme amélioré par l’animal chez Rétif de la Bretonne. Ostium: Internetový Časopis Pre Humanitné Vedy, v. 14, n. 2, p. 1-11, 2018.
CHEEK, Pamela. Sexual antipodes: Enlightenment globalization and the placing of sex. Stanford: Stanford University Press, 2003.
CLARKE, Arthur C. Profiles of the future: an inquiry into the limits of the possible. Toronto: Popular Library, 1977.
CORSI, Pietro. Systèmes de la nature and theories of life: bridging the Eighteenth and Nineteenth Centuries. Republics of Letters, v. 6, n. 1, p. 27, 2018.
DIDEROT, Denis. Suplemento à viagem de Bougainville ou diálogo entre A e B. Tradução de J. Guinsburg. In: Voltaire; Diderot. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 429-455. (Os Pensadores).
LAPOUGE, Gilles. Utopie et civilisations. Paris: Albin Michel, 1990.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Maria Júlia Goldwasser. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Tradução de M F. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MERCIER, Louis-Sébastien. L’an deux mille quatre cent quarante: rêve s’il en fut jamais. Londres: [s.n.], 1771.
MILL, John Stuart. Considerações sobre o governo representativo. Tradução de Manuel Innocêncio de Lacerda Santos Jr. Brasília: Editora da UnB, 1981.
MORE, Thomas. Utopia. Tradução de Anah de Melo Franco. Brasília: Editora da UnB; IPRI, 2004.
RÉTIF DE LA BRETONNE, Nicolas-Edme. Les Gynographes. La Haye: Gosse & Pinet, 1777.
RÉTIF DE LA BRETONNE, Nicolas-Edme. La découverte australe par un homme-volant, ou le Dédale français. Paris: Slatkine, 1781. 3 V.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1964. V. 3.
SANDERS, Scott. Flying the colonial skies during the French Enlightenment. In: MATHER, Philippe; RHEAULT, Sylvian (ed.). Rediscovering french science-fiction in literature, film and comics. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing, 2015, p. 41-62.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SUVIN, Darko. Metamorphoses of science fiction: on the poetics and history of a literary genre. New Haven; Londres: Yale University Press, 1979.
SUVIN, Darko. A ficção científica e o novum (1977). Tradução de Larissa Costa da Mata. Outra travessia, v. 32, p. 167-193, 2021.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.