O ENSINO MÉDIO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA AMAZÔNIA:
as vozes dos sujeitos ribeirinhos
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2024v12n21p362-387Palavras-chave:
Ensino médio, Políticas públicas educacionais, Território ribeirinho, AmazôniaResumo
O presente artigo é um recorte da pesquisa de dissertação de mestrado e teve como objetivo refletir sobre as políticas públicas educacionais voltadas à etapa do ensino médio ofertado no território ribeirinho no município de Cametá, estado do Pará. Para tanto, problematizou-se a relação Estado e políticas públicas no contexto da sociedade capitalista e sua contribuição/influência na garantia a uma educação com qualidade no próprio território de produção de vida dos sujeitos do campo brasileiro, nesse caso, na Amazônia ribeirinha. O materialismo histórico dialético (Marx, 2008) sustentou as análises por reconhecer que suas categorias são fundamentais na compreensão de como as relações histórico-sociais estruturam a materialidade do processo educativo na singularidade amazônica. Dessa forma, a pesquisa revela que, por meio da postura político capitalista que o Estado assume perante a sociedade e suas demandas sociais, as proposições políticas vigentes não se firmam em ofertar e manter um processo educativo enquanto direito fundamental, visualizado em um ensino médio que ainda tem vivido tempos de precariedade institucional seja na ausência dos espaços e/ou na ineficiência da política do transporte escolar para o campo ribeirinho, o que compromete o acesso e a permanência dos estudantes à última etapa da educação básica.