Manual de redação da Presidência da República: entre princípios e mitos

Authors

  • Paulo Anízio Martins de Souza PUC Minas

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.n31p57-71

Abstract

Este trabalho trata da existência de possíveis mitos linguísticos no Manual de redação da Presidência da República, entendidos mitos linguísticos como quaisquer enunciados de natureza gramatical sujeitos a questionamentos, por ser cabível tomá-los como materialização de ideias inconsistentes sobre a língua, sobre sua variedade de maior prestígio e sobre o texto. Para isso foram cotejadas tais ideias com o posicionamento de autores da abordagem funcional e pragmática, com artigos da Constituição Federal no qual se baseia o manual de redação analisado, bem como com aspectos de ordem social e geográfica, peculiares ao território e à população brasileira, chegando-se ao que propusemos chamar de “Mito da homogeneidade do destinatário”, “Mito do padrão culto de linguagem” e “Mito da clareza do texto oficial”. Não se buscou invalidar o uso do padrão culto de linguagem e/ou o cuidado com a clareza textual, senão questionar a total eficácia dessa variedade da língua na apreensão dos atos e documentos emanados do poder público, bem como os meios apresentados para o alcance de tal clareza.

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Author Biography

Paulo Anízio Martins de Souza, PUC Minas

Especialista em Poética da Linguagem pela UFT e em Revisão de Textos pela PUC Minas e em exercício do cargo de revisor de texto na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins.

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Published

2017-11-23

How to Cite

Souza, P. A. M. de. (2017). Manual de redação da Presidência da República: entre princípios e mitos. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, (31), 57–71. https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.n31p57-71