As tomadas de Chaimite na obra cinematográfica de Jorge do Canto e na literatura de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2023n43p146-165Palavras-chave:
Mouzinho de Albuquerque, Ngungunyane, Moçambique, Portugual, estado novoResumo
Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque foi um tenente-coronel português que liderou o ataque ao último imperador africano da região sul de Moçambique: o Ngungunyane, na vila de Chaimite. Esse feito lhe trouxe muita glória e prestígio em Portugal, no final do século XIX, sendo então nomeado Governador-Geral de Moçambique em 1896. A captura de Ngungunyane, então, foi utilizada como propaganda pelo Estado Novo português, tornando-se estratégia de resgate da memória e de uso da História como um projeto político e de sistematização ideológica, além de um momento emblemático. Este emprego propagandístico se deu através da produção cinematográfica Chaimite: a queda do Império Vátua (1953), realizada pelo cineasta português Jorge Brum do Canto. Já como um personagem literário, no livro Sombras da água (2016), do escritor Mia Couto, a representação de Mouzinho se difere quando confrontada à da história portuguesa. Assim, o objetivo deste trabalho foi comparar as narrativas desse evento em ambas as perspectivas: cinematográfica e literária. Se o longa-metragem tinha como propósito a construção imagética de um herói a partir da História, na narrativa de Couto, diferentes são as impressões a respeito desse tenente-coronel, ora visto como um salvador da pátria, ora visto como mais um português soberbo em solo africano.
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