Homo aestheticus: da mimese aristotélica à investigação neuroestética do córtex visual (Homo aestheticus: from Aristotelian mimesis to the neuroesthetics research in the visual cortex) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2012v13n19p147

Autores

  • Alberto Marinho Ribas Semeler Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
  • Leonidas Roberto Taschetto Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
  • Janaína Oppermann Secretária Municipal de Educação de Gravataí.

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2012v13n19p147

Palavras-chave:

Estética, Neuroestética, Bioestética, Tecnoestética.

Resumo

Propõem-se neste artigo uma análise referente à base biológica da experiência estética, levando-se em consideração desde a teoria naturalista de Aristóteles até os novos conhecimentos científicos da neurobiologia. A teoria chamada de neuroestética busca reposicionar a experiência estética numa perspectiva não somente inata, mas também influenciada pelo meio ambiente. Desse modo, os conhecimentos antes apenas vistos como intuitivos ou teórico-filosóficos, podem ser refutados ou legitimados através do acompanhamento do “córtex visual” numa aproximação entre tradição e inovação. Nesta perspectiva, a estética é vista como fenômeno fundador que antecede e extrapola o humano, estando presente na natureza em estruturas, texturas e em padrões de organização. Neste sentido, o humano é antes produto do que produtor, criatura e não criador. No entanto, é impossível pensar o humano fora de uma concepção que não envolva um homo aestheticus. Assim, as reflexões aristotélicas que viam a estética como anterior a arte são revistas dentro de um contexto multidisciplinar através da filosofia da tecnologia de Gilbert Simondon (que analisa relações entre o vivo e o artificial) e da neuroestética (conhecimento visual).

 

Abstract

We propose an analysis on the biological basis of aesthetic experience, from the naturalistic theory from Aristotle to the contemporary with the new scientific knowledge from neurobiology. This theory seeks to reposition neuroaesthetics called aesthetic experience from a perspective not only innate but also influenced by the environment. Thus, the knowledge previously only seen as intuitive or theoretical-philosophical, can be refuted or legitimized by monitoring the "visual cortex" bringing tradition and innovation. In this perspective, the aesthetic phenomenon is seen as the founder and extrapolates preceding the human being present in nature in structures, textures, patterns of organization. In this sense, the human product is rather than a producer, not creature and creator. However, it is impossible to think the human out of a design that does not involve a homo-aestheticus. Thus, the reflections Aristotle who saw aesthetics as prior art are reviewed within a multidisciplinary context, through the philosophy of technology Gilbert Simondon (which analyzes the relationships between live and artificial) and neuroaesthetics (visual knowledge).

Keywords: Aesthetics; Neuroaesthetics; Bioaesthetics; Technoaesthetics.

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Biografia do Autor

Alberto Marinho Ribas Semeler, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Possui graduação em Artes Plásticas(1991) e mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995). É doutor em Poéticas Visuais pelo PPGAVI UFRGS (2011). Atua junto ao Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes UFRGS como professor Adjunto nos cursos de Artes Visuais e História /Teoria e Critica da Arte ministrando disciplinas de Arte e Tecnologia e História da Arte e Tecnologia. Atualmente Coordena o Laboratório de Arte e Tecnologia no mesmo departamento. Tem experiência em Arte Abjeta, Arte Digital, Animação e Arte interativa Computacional. Atualmente pesquisa Neuroarte, Neuroestética, Biostética e processos contemporâneos de Naturalização da Estética.

Leonidas Roberto Taschetto, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com estágio doutoral (SWE-CAPES) na França (Université de Paris 8, Departamento de Filosofia). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Teoria Psicanalítica e graduado em Psicologia pela UNISINOS. Tem experiência profissional nas áreas de Educação e Psicologia. Atualmente pesquisa temas relacionados à Estética, Currículo, Transdisciplinaridade. Tem publicações e pesquisas em Educação em Saúde, Inter/Transdisciplinaridade, Etnomatemática, Estética e Cultura, Análise de Discurso e Direitos Humanos. Atualmente é professor substituto na Universidade Federal de Santa Catarina/CED/Departamento de Estudos Especializados em Educação, ministrando nos últimos dois anos as seguintes disciplinas: Teorias da Educação, Educação e Sociedade II, Educação Popular e Organização Escolar I e II. É pesquisador desde 1999 do Grupo de Pesquisa Sobre Educação e Análise de Discurso (GPEAD) - UFRGS e CNPq e do Grupo de Estudo em Educação Matemática e Contemporaneidade (GEEMCo) - UFSC e CNPq.

Janaína Oppermann, Secretária Municipal de Educação de Gravataí.

Possui Especialização em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria e graduação em Biologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. É professora na rede pública do Ensino Fundamental na disciplina de Ciências. Tem experiência na área de Biologia, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, educação socioambiental, material didático, jogos interdisciplinares, vídeo digital e objetos de aprendizagem.

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Publicado

2012-10-19

Como Citar

SEMELER, Alberto Marinho Ribas; TASCHETTO, Leonidas Roberto; OPPERMANN, Janaína. Homo aestheticus: da mimese aristotélica à investigação neuroestética do córtex visual (Homo aestheticus: from Aristotelian mimesis to the neuroesthetics research in the visual cortex) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2012v13n19p147. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 13, n. 19, p. 147–161, 2012. DOI: 10.5752/P.2237-8871.2012v13n19p147. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/cadernoshistoria/article/view/P.2237-8871.2012v13n19p147. Acesso em: 9 jul. 2025.

Edição

Seção

Dossiê - Artigos: História Ambiental