Expulsão e retorno: estratégias dos Xavante de Parabubure e de Marãiwatsédé para a demarcação de seus territórios
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2020v21n35p172Palabras clave:
Xavante, Demarcação de terras indígenas, TI Parabubure;, TI Marãiwatsédé.Resumen
Os Xavante ou A'uwe (gente), como se autodenominam, é um grupo indígena que pertence a família linguística Jê, do tronco Macro-jê, situados no Mato Grosso. Chegaram ao estado entre 1820-1870 fugindo do contato com os não índios e dali se subdividindo em diferentes regiões do estado, contudo, políticas desenvolvimentistas empregadas a partir do governo Vargas os alcançaram e expulsaram de seus territórios. O presente trabalho tem por objetivo analisar as táticas destes indígenas para retomar seus territórios, em especial a TI Parabubure e a TI Marãiwatsédé. Para tanto, é uma pesquisa qualitativa que faz uso de entrevistas e falas de atores divulgadas em documentários e jornais ao longo do processo. A TI Parabubure foi demarcada no contexto de fim da ditadura militar e, para pressionar o governo, os Xavante iam a Brasília, invadiam os órgãos governamentais e faziam “performances culturais” afim de atrair atenção às suas demandas. Já a TI Marãiwatsédé, que teve sua demarcação estabelecida a partir de várias batalhas judiciais, teve como marco o amparo dos indígenas na lei como sua âncora de convencimento.
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