A loura desposada do sol na última década do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2023v25n41p11-25Palabras clave:
Memória, Cidade, Século XIXResumen
O presente artigo busca analisar a cidade de Fortaleza, na última década do século XIX, o período de mais intenso desenvolvimento intelectual do Ceará. Decênio, que apesar de não ter sido poupado pelos rigores das secas, viveu o auge da belle époque, um processo de modernização e remodelação sócio-urbana que, entretanto, excluía e segregava a todos que pudessem manchar a imagem da “loura desposada do sol”. Assim, as luzes da belle époque, além de encandearem, formaram sombras e o excesso de euforia com a modernidade também resultou na resistência às mudanças e na revanche do imaginário religioso popular. Milagres, êxtases e revelações deram voz a velhos e novos profetas que, mesmo revestidos de racionalidade, não tornariam seus prognósticos menos sinistros. Portanto, através de revisão bibliográfica investigamos o contexto social, tecnológico, intelectual e religioso do fim do século XIX, intentando contribuir com a perspectiva que Fortaleza foi uma cidade mais que dicotômica, sobretudo plural, caleidoscópica.
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