Afinidades republicanas na era do anticlericalismo: Brasil, Portugal e a “questão jesuítica” de novembro de 1910 (Republican affinities in the anticlericalism period...) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2014v15n23p63
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2014v15n23p63Palabras clave:
Estado e Igreja, Religião e política, Questão jesuítica de 1910.Resumen
Este artigo propõe uma reflexão sobre os limites de competência entre poderes políticos e religiosos, a partir de um episódio desencadeado pelo efêmero governo de Nilo Peçanha, no ano de 1910: a proibição de desembarque de jesuítas portugueses no Brasil, depois da proclamação da república em Portugal e da consequente supressão de congregações religiosas no país europeu, como política de secularização da sociedade portuguesa. O debate desenvolvido indaga sobre as relações entre Estado e Igreja, as tensões e conflitos sobre a agenda da laicidade republicana na sociedade brasileira do período e apresenta, como evidência de suas hipóteses, documentos originados pela imprensa laica e confessional, e discursos parlamentares.
Abstract
The present article proposes a reflection on the limits of competence among political and religious powers, based on an event triggered by the 1910 brief Nilo Peçanha’s government: the prohibition of Portuguese Jesuits debarkation in Brazil after the proclamation of the republic of Portugal and consequent discontinuance of religious congregations in that European country as a secularization-oriented policy towards the Portuguese society. The debate questions about State and Church relationship as well as republican secularism agend-created tension and conflicts in the Brazilian society of the period, and present documents issued by laity and confessional press, and parliamentary speeches as evidence of their hypotheses.
Keywords: State and Church; Religion and politics; 1910 Jesuitical issue.
Descargas
Citas
ALMEIDA, Padre Antônio José de. Modelos Eclesiológicos e Ministérios Eclesiais. In: Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, v. 48, fasc. 90, p. 310-352, 1988.
ALMEIDA FILHO, José Carlos de Araújo. O Ensino Jurídico, a Elite dos Bacharéis e a Maçonaria do Séc. XIX. 2005. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Gama Filho, Programa de Pós-Graduação em Direito, Rio de Janeiro.
BEATTIE, Peter M. The Tribute of Blood. Army, Honor, Race, and Nation in Brazil, 1864-1945. Durham: Duke University Press, 2001.
BRANCATO, Sandra M. L. A Repercussão em Portugal da implantação da República no Brasil. In: HOMEM, Amadeu Carvalho; SILVA, Armando Malheiro da; ISAIA, Artur Cesar (Org.). Progresso e Religião: a República no Brasil e em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2007. p. 89-107.
BRASIL. Colleção das Leis da República dos Estados Unidos do Brasil de 1907. Volume 1. Decreto 1641 de 7 de janeiro de 1907. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1908.
BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Sessões de 1 a 16 de novembro de 1910. Volume 7. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1911.
BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Sessões de 17 a 30 de novembro de 1910. Volume 8. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1911.
CATROGA, Fernando. Entre Deuses e Césares. Secularização, laicidade e religião civil: uma perspectiva histórica. Coimbra: Almedina, 2006.
CIPOLINI, Pedro Carlos. A Igreja e seu rosto histórico. In: Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, fasc. 244, p. 825-853, 2001.
CORDEIRO GONÇALVES, Eduardo C. Ressonâncias em Portugal da implantação da República no Brasil (1889-1895). In: HOMEM, Amadeu Carvalho; SILVA, Armando Malheiro da; ISAIA, Artur Cesar (Org.). Progresso e Religião: a República no Brasil e em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2007. p. 109-129.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. Momentos decisivos. 8. ed. São Paulo: UNESP, 2007.
CURY, Carlos R. J. A educação na revisão constitucional de 1925-1926. Bragança Paulista: EDUSF, 2003.
DIARIO de governo. Lisboa, n. 122, de 26 de maio de 1911. p. 2130-2133.
DULLES, Avery. A Igreja e seus modelos: apreciação crítica da Igreja sob todos os seus aspectos. São Paulo: Paulinas, 1978.
ESLIN, Jean-Claude. Deus e o Poder. O Estado e a Religião na história do Ocidente. Lisboa: Âncora Editorial, 2000.
GONÇALVES, Marcos. Missionários da “boa imprensa”: a revista Ave Maria e os desafios da imprensa católica nos primeiros anos do século XX. In: Rev. Bras. Hist., ANPUH, São Paulo, v. 28, n. 55, p. 63-84, jan./jun. 2008.
GONÇALVES, Marcos. Caridade, abre as asas sobre nós: política de subvenções do governo Vargas entre 1931 e 1937. In: Varia Historia, Belo Horizonte, v. 27, n. 45, p. 317-336, jan./jun. 2011.
HERVIEU-LÉGER, Danièle. O peregrino e o convertido: a religião em movimento. Tradução João Batista Kreuch. Petrópolis: Vozes, 2008.
JORNAL do Commercio, Rio de Janeiro, 6 out. 1910. p. 4.
JORNAL do Commercio, Rio de Janeiro, 9 out. 1910. p. 2.
LEITE, Fábio Carvalho. O Laicismo e outros exageros sobre a Primeira República. Relig. soc., Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 32-60, jun. 2011.
LEMOS, Renato. A alternativa republicana e o fim da monarquia. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (Org.). O Brasil Imperial – Volume III – 1870-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 401-444.
LESSA, Luiz Carlos. Dicionário de Doutrina Social da Igreja: doutrina social da Igreja de A a Z. São Paulo: LTr, 2004.
MATOS, Sérgio Campos. Representações da crise finissecular em Portugal (1890-1910). In: HOMEM, Amadeu Carvalho; SILVA, Armando Malheiro da; ISAIA, Artur Cesar (Org.). Progresso e Religião: a República no Brasil e em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2007. p. 17-33.
NETO, Vítor. Igreja Católica e Anticlericalismo (1858-1910). In: HOMEM, Amadeu Carvalho; SILVA, Armando Malheiro da; ISAIA, Artur Cesar (Org.). Progresso e Religião: a República no Brasil e em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2007. p. 165-191.
O ATAQUE ao Convento de S. Luís – os jesuítas foram os provocadores. O Estado de São Paulo, São Paulo, 10 out. 1910. p. 2-3; 5.
O ESTADO de São Paulo, São Paulo, 6 nov. 1910. p. 1.
O CASO dos frades. O Estado de São Paulo, São Paulo, 12 nov. 1910. p. 5.
REPRESENTAÇÃO dirigida a Nilo Peçanha por D. Joaquim Arcoverde. O Estado de São Paulo, São Paulo, 12 nov. 1910. p. 5.
OLIVEIRA MARQUES, António H. R. de. Nova História de Portugal – Volume XI. Portugal: Da Monarquia à República. Lisboa: Editorial Presença, 1991.
PEÇANHA, Celso. Nilo Peçanha e a Revolução Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
REVISTA Ave Maria, São Paulo, n. 46, p. 736, 13/11/1910.
REVISTA Ave Maria, São Paulo, n. 47, p. 740-741, 20 nov.1910.
REVISTA Ave Maria, São Paulo, n. 49, p. 778, 4 dez. 1910.
SANTIAGO, Sindulfo. Nilo Peçanha: uma época política. Niterói: Livraria e Editora Sete, 196(?).
SANTOS, Miguel Antonio Dias. Antiliberalismo e contra-revolução na I República (1910-1919). 2009. Dissertação (Mestrado em História Contemporânea) – Universidade de Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra.
SEABRA, João. O Estado e a Igreja em Portugal no Início do Século XX: a Lei de Separação de 1911. Parede: Princípia Editora, 2009.
TAMAYO, Juan José. Fundamentalismo y diálogo entre religiones. Madrid: Editorial Trotta, 2004.
TINOCO, Brígido. A Vida de Nilo Peçanha. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1962.
TODOROV, Tzvetan. O espírito das Luzes. Tradução Mônica Cristina Correia. São Paulo: Barcarolla, 2008.
TOLENTINO, José. Nilo Peçanha: sua vida pública. Petrópolis: Armando Martins Editor, 1930.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
El envío de cualquier colaboración implica automáticamente la cesión íntegra de los derechos de autor a PUC Minas. Se solicita a los autores que se aseguren de:
La ausencia de conflicto de intereses (relaciones entre autores, empresas / instituciones o personas físicas con interés en el tema cubierto por el artículo), organismos o instituciones que financien la investigación que dio origen al artículo.
Todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".