A região como artefato: o Cariri na segunda metade dos Oitocentos
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2016v17n27p342Palabras clave:
História. Região. Trabalho. Agrário. Resistência.Resumen
Na segunda metade do século XIX, a região conhecida por Cariri cearense, localizada no extremo sul da província do Ceará, destacava-se no sertão por ser conhecida como um “oásis” no semiárido, devido a sua vegetação, a presença de fontes d’água e solos férteis. Elaborou-se um discurso sobre a região ser o “celeiro” dos sertões. O presente artigo busca entender como, no espaço regional, o discurso sobre a natureza serviu de recurso político para o desenvolvimento da ideia de progresso por intermédio do trabalho que, no contexto histórico delimitado na temporalidade, refletia-se na submissão de trabalhadores livres em diversas condições econômicas e trabalhadores escravizados. Pretende-se analisar como as diferentes classes sociais estabeleceram suas identidades e vivências na região, as contradições resultantes da desigualdade social, bem como as práticas de controle estabelecidas pelos senhores e as diferentes formas de resistência dos trabalhadores.
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