Shilb (Silves) no período islâmico – a “Bagdad do Ocidente”
Parole chiave:
Silves, Gharb al-Andalus, Legado, Poesia, Mística islâmica.Abstract
Silves, conhecida como a “Bagdad do Ocidente”, foi, durante o período islâmico, sobretudo na época das Taifas, uma cidade importante do Gharb al-Andalus. Porém, mais tarde, essa cidade perdeu a importância que teve no passado, tornando-se uma pequena cidade do interior algarvio. Nesse sentido, a pesquisa realizada para este artigo insere-se na investigação realizada sobre a herança árabe e islâmica em Portugal e que deu origem ao projecto que temos coordenadointitulado Rotas do Gharb al-Andalus. Nessa cidade, nasceram e viveram poetas e poetisas de renome, como al-Mu’tamid, Ibn ‘Ammar e Maryam al-Ansari, entre outros. Alguns desses poemas oferecem uma representação da cidade com todo o seu esplendor e demostram a importância que Silves teve no contexto do al-Andalus. A arquitectura, a sumptuosidade dos palácios, as festas, a música, a produção literária, não esquecendo ainda a mística, em que se destacou a figura de Ibn Qasi, foram elementos que contribuíram para uma certa mitificação da própria cidade, a Shilb árabe, conquistada em 713 por Abd al-Aziz e que se manteve muçulmana até ao século XIII. Actualmente, da Shilb islâmica, restam alguns vestígios desse legado, com destaque para os artefactos arqueológicos, o castelo, as muralhas, as cisternas, a produção literária, o imaginário das mouras encantadas, sobrevivência de um passado áureo e a bela paisagem inebriada pelo perfume das laranjeiras, figueiras e amendoeiras, cujo cultivo foi trazido pelos árabes para a Península Ibérica. Desse saudoso passado, é testemunha o rio Arade, cujas águas e margens presenciaram a vivência da população, de mercadores, poetas, místicos e músicos... Ah... se o rio falasse!...
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Riferimenti bibliografici
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