A crítica ao paradigma culturalista na interpretação da formação histórica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2019v20n33p229Keywords:
História, Cultura, Política.Abstract
A formação histórica brasileira tem sido estudada a partir da influência, direta ou indireta, de um arcabouço weberiano. Essa matriz teórica assume a ideia de que a estrutura política brasileira não conseguiu superar a cultura política patrimonialista de origem portuguesa. O motivo disso seria uma peculiar articulação entre o autoritarismo social com a acumulação capitalista que teria bloqueado a construção da cidadania no país. Além das divergências internas, essa vertente culturalista tem sido questionada por suas limitações e incongruências. O presente texto pretende discutir teoricamente as críticas que o paradigma culturalista tem recebido e que explicitam as fragilidades analíticas desse modelo que busca situar e explicar o Brasil como país periférico marcado pelo amálgama da dominação tradicional/racional e associaram o atraso em relação ao centro capitalista com a herança patrimonialista ibérica.
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