OS SABERES DE MULHERES QUILOMBOLAS NO ENFRENTAMENTO AO RACISMO AMBIENTAL:
ensinamentos para a psicologia e licenciaturas
Palavras-chave:
Quilombo; Desastre-crime de Fundão; Feminismo Negro; Educação; Racismo ambiental.Resumo
Este artigo compartilha a experiência do projeto de extensão Diálogos entre Povos Indígenas, Povos Quilombolas e a Psicologia Social: pela reafirmação do direito à educação e ao território, destacando as contribuições dos saberes das mulheres quilombolas de Gesteira no enfrentamento ao racismo ambiental e na construção de uma formação comprometida com práticas de resistência e reinvenção do mundo. Desde a diretriz extensionista da interação dialógica, a metodologia adotada foi a Oficina, que contou com a participação de 22 mulheres, com idades entre 4 e 82 anos. Os encontros revelaram que as mulheres quilombolas ensinam à psicologia e às licenciaturas uma formação insurgente e contracolonial, centrada na valorização de memórias, territórios e modos de vida. A memória histórica, nesse contexto, mostrou-se uma prática pedagógica fundamental na luta contra o racismo ambiental. Concluímos que é urgente que as licenciaturas e a psicologia rompam com o modelo eurocêntrico de produção do conhecimento, ainda baseado em estruturas coloniais que silenciam, distorcem ou negam as identidades e saberes de grupos historicamente minorizados.
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