MEMÓRIA NEGRA, RECONHECIMENTO E TRADIÇÃO:
uma Interpelação Contracolonial da Senzala em Santa Luiza
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2595-7716.2022v4n1p81-108Palavras-chave:
memória da escravidão, povos e comunidades tradicionais, tradiçãoResumo
O presente artigo busca discutir o lugar dos povos e comunidades tradicionais na configuração da história e memória brasileira problematizando a definição daquilo que por vezes é tomado como tradição a partir de um estudo de caso da transformação da senzala em Santa Luzia em um Café Literário. O argumento central deste artigo é a denúncia a uma espécie de política de controle punitivo étnico-racial em Santa Luzia/MG que tem resultado em dificuldades historicamente impostas ao auto reconhecimento e ao reconhecimento legal de comunidades tradicionais, de religiões de matriz africana e quilombolas na cidade. Para tanto, utilizou-se de levantamento bibliográfico, consulta documental e observação participante mediada por uma antropologia de engajamento político.