SOBRE A HISTORIOGRAFIA DA ABDICAÇÃO

leituras do 7 de abril de 1831

Autori

  • Matheus Antunes Ferraz de Jesus Universidade Estadual do Centro Oeste

Parole chiave:

Primeiro Reinado, Revolução, Abdicação, Historiografia

Abstract

Este artigo busca analisar as interpretações da abdicação no Primeiro Reinado do Brasil ao longo da historiografia dos séculos XIX, XX e XXI. José da Silva Lisboa, Visconde de Cairu, John Armitage, Justiniano José da Rocha e Francisco de Sales Torres Homem, junto com a historiografia contemporânea, desempenham papéis fundamentais na análise da cena política desde a Independência até os primeiros anos da Regência. A metodologia adotada envolve uma revisão bibliográfica abrangente. As percepções da abdicação variam ao longo do tempo, mas há consenso de que foi um momento de inflexão política, gerando instabilidade e oportunidades de transformação. A tradição política portuguesa influenciou o governo de D. Pedro I, sendo interpretada como uma segunda independência, marcando o fim da influência portuguesa e o surgimento de uma visão distinta do Brasil em relação à Europa. A visão de uma revolução liberal, com a participação popular na fundação de um governo liberal, é destacada na século XIX.  Na historiografia do século XX, a ideia de uma segunda independência persiste, mas nas décadas de 1970 e 1980, a abdicação é reavaliada como um momento de inflexão conservador. No século XXI, a pesquisa se amplia para incluir diversos indivíduos, evidenciando o impacto da abdicação em todas as camadas sociais e elementos, como a imprensa, revelando a complexidade do contexto histórico.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografia autore

Matheus Antunes Ferraz de Jesus, Universidade Estadual do Centro Oeste

Graduado em História pela Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) - Campus Irati, mestrando no Programa de Pós-graduação em História da mesma universidade.

Riferimenti bibliografici

ARMITAGE, John. História do Brasil. Brasília: Conselho Editorial, 2011. p. 454 .

BASILE, Marcello Otávio N. de C. O Império Brasileiro: panorama político. In: LINHARES, Maria Yedda Leite et al. História geral do Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

BASILE, Marcello. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: GRINBERG, Keila, e SALLES, Ricardo (org.). O Brasil imperial: 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. 2 v. p. 53-120.

CARVALHO, José Murilo de (coord.). A vida política. In.: SCHWARCZ, Lilia M. (Dir.). História do Brasil Nação: 1808-2010. A Construção Nacional. 1830-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 2 v. p. 83-130.

CASTRO, Paulo Pereira de. A "experiência republicana", 1831-1840. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de; CAMPOS, Pedro Moacyr (dir.). História Geral da civilização brasileira: Tomo II, “O Brasil monárquico”. 3. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1972. 2 v. p. 9-67.

COSTA, Wilma Peres. A independência na historiografia brasileira. In: JANCSÓ, I. (org.). Independência: história e historiografia. São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2005. p. 53-118.

DOLHNIKOFF, M. História do Brasil Império. São Paulo: Contexto, 2017. p. 175.

ESCOSTEGUY FILHO, João Carlos; SALLES, Ricardo. História da historiografia brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2013. 1 v. p. 165.

FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. São Paulo: Globo, 2008. p. 819.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. “A herança colonial – sua desagregação”. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História Geral da civilização brasileira. Tomo II, “O Brasil Monárquico”. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1965. 1 v. p. 14-47.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Dispersão e Unidade - Reação Monárquica. In: História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difusão Européia do Livro, s/d.. tomo 2. 2 v.

LIMA, Oliveira. Formação histórica da nacionalidade brasileira. Brasília: Senado Federal, Conselho editorial. 2012. p. 243.

LYRA, Maria de Lourdes Viana. O império em construção. São Paulo: Atual, 2000. p.136.

MAGALHÃES JÚNIOR. Raimundo. Três panfletários do segundo reinado. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2009, 272 p.

MALERBA, Jurandir (org.). Esboço crítico da recente historiografia sobre a independência do Brasil (c.1980-2002). In: MALERBA, J. (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. p.19-52.

MARSON, Izabel A. O império das “revoluções” ao império da “escravidão”: temas, argumentos e interpretações da história do império (1822-1950). In: História: Questões & Debates, Curitiba, n. 50, p. 125-173, 2009.

MARSON, Izabel Andrade. Movimento Praieiro: Imprensa, Ideologia e Poder Político. São Paulo: Moderna, 1980. p. 117.

MOREL, Marco. O período das regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

MOTA, Carlos Guilherme. Ideias de Brasil: Formação e problemas (1817-1850). In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias. 2. ed. São Paulo: editora SENAC, 2000. p. 197-240.

OLIVEIRA, Cecília H. de Salles. Repercussões da revolução: delineamento do Império do Brasil, 1808/1831. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. Brasil Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles. A Astúcia Liberal. Relações de mercado e projetos políticos no Rio de Janeiro, 1820/1824. São Paulo: Bragança Paulista, Ícone/ USF, 1999. p. 330.

_________. Independência e revolução: temas da política, da história e da cultura visual. Almanack, [S. l.], v. 1, n. 25, p. 1-52, 2020.

PIMENTA, João Paulo G.. A Independência do Brasil e o liberalismo português: um balanço da produção acadêmica. Revista Digital de Historia Iberoamericana, S.L., v. 1, n. 1, p. 70-105, 2008.

PRADO JR., Caio Prado. Evolução política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1983.

QUINTAS, Amaro. O Sentido Social da Revolução Praieira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. p. 168.

SILVA, Wlamir. Liberais e povo: a construção da hegemonia liberal-moderada na província de Minas Gerais (1830 – 1834). São Paulo: Hucitec, 2009. p. 354.

WERNET, Augustin. O período regencial. São Paulo: Global editora, 1982. p. 85.

Pubblicato

2023-12-21