DEMOCRACIA FEMINISTA:
por uma política dos afetos
Resumo
Este artigo objetiva traçar um conteúdo para o conceito de democracia feminista. Trata-se de pesquisa analítico-bibliográfica, no marco da metodologia feminista, compatível com o modelo de democracia que defenderemos. Mobilizamos categorias e conceitos da teoria crítica, da teoria descolonial e da teoria política feminista contemporânea. Inicialmente, expomos a situação do Estado na América Latina para compreender como se construiu o arcabouço político-jurídico racializado, classista, misógino e excludente na modernidade. Após, articulamos teóricas feministas como contraponto à centralidade dos modelos de democracia liberal e da socialdemocracia, a fim de tensionar a abordagem da redistribuição e do reconhecimento, situada na crise capitalista neoliberal. Concluímos que democracia feminista tem duplo aspecto. É teoria política, porque propõe um modelo de Estado e é política dos afetos, enquanto outra forma de fazer política, constituindo-se – pela afecção – em fissuras potentes de reestruturação das instituições e de combate às assimetrias que atravessam os corpos daquela(e)s que habitam a zona do não ser. Não se está tratando de substituir uma democracia por outra. Mas de romper com o patriarcalismo (antagonismo antipatriarcal) a partir do método de fissuras. O trabalho incorpora uma abordagem original e pouco explorada na literatura brasileira, que abre diferentes caminhos de análise para futuras pesquisas.
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