ENSAIO SOBRE HISTÓRIA DOS CONCEITOS E REPUBLICANISMO NO CONTEXTO DA CONJURAÇÃO MINEIRA:
memória, soberania e autogoverno
Resumo
O presente artigo investiga a instauração da subjetividade republicana durante a vigência do Antigo Regime português, na Capitania de Minas Gerais, a perscrutar conceitos utilizados pelos sediciosos envolvidos no episódio da Conjuração Mineira. O ensaio se vale da perspectiva da história dos conceitos para examinar eventuais conexões entre o humanismo cívico italiano dos séculos XIV e XV (mais especificamente Petrarca e Salutati) e o ideário dos Conjurados mineiros, no século XVIII. Para cumprimento de tal objetivo foi necessário reconstruir matrizes greco-romanas usadas pelos intelectuais florentinos para analisar sua receptação, ressignificação e adequação, tanto no contexto florentino como no contexto da sedição republicana mineira. O artigo reflete, nessa perspectiva, sob inspiração de Raffaele De Giorgi, como as seleções de memória operam para construir identidades a cabo de sustentar postulados políticos, como soberania e autogoverno. A sugestão metodológica do ensaio partiu do livro Ser Republicano no Brasil Colônia de Heloisa Starling, incrementado com estudos sobre o humanismo cívico e proposições acerca do ethos republicano segundo Michel Foucault, ao dissecar conceitos das lavras de Políbio e Cícero, como parresia e isegoria.
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