ENTRE INCULTURAÇÃO E LIBERTAÇÃO apontamentos sobre o desenvolvimento e os desafios de uma “missiologia indigenista"
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Resumo
O objetivo deste artigo é compreender a formulação de uma teologia pastoral elaborada a partir da atuação missionária entre os povos indígenas, aqui denominada de missiologia indigenista. Partindo dos ideais de inculturação e libertação, buscou-se percorrer o processo que reflete os intermeios entre teoria e prática na pastoral indigenista católica, especificamente a partir da missiologia de Paulo Suess. Para tanto, traçou-se um caminho metodológico que se inicia com a apresentação do histórico e desenvolvimento de uma pastoral indigenista, representada sobretudo pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário – perpassando pelas discussões que envolvem o uso ideal da inculturação da fé como proposta pastoral, relacionando-o aos ideais de encarnação e de libertação da teologia latino-americana. A análise culmina em uma leitura crítica dos limites e avanços que a missiologia indigenista consegue atingir ao se propor fazer uma leitura sócio-política da realidade dos povos indígenas e da atuação da igreja com esses povos no Brasil.
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