LUTO: O USO ABUSIVO DE DROGAS E SUA RELAÇÃO COM O TRABALHO DE LUTO

Resumo

O presente artigo é um recorte do trabalho de conclusão de curso da autora, que foi causado pela pergunta sobre se o abuso de drogas pode se constituir como uma saída quando o processo de luto não é elaborado pelo sujeito.  Foi investigado as nuances que podem levar o sujeito enlutado a usar de maneira abusiva drogas diversas, descrevendo as possíveis consequências do abuso de drogas no trabalho de luto do sujeito e analisando o papel que a droga ocupa no funcionamento psíquico do sujeito. A psicanálise foi o campo teórico norteador desta pesquisa, sendo estudado o sujeito toxicômano, as políticas sobre drogas e a estratégia de redução de danos. Concluiu-se que a droga tem um papel de tentar tamponar a angústia desencadeada pelo encontro do sujeito com a perda significativa e sua finitude, trazendo uma ilusão, momentânea, de estar livre destas. Também funciona como uma tentativa de prescindir do Outro, se fechando no uso abusivo de drogas. Portanto, o uso abusivo de drogas pode ser na maioria das vezes, prejudicial no que se refere ao trabalho de luto, deixando o sujeito anestesiado, restringindo seu laço social e sendo dificultador da elaboração da perda e  da ligação a novos objetos. Porém, é importante ressaltar que cada sujeito tem sua ligação singular com a droga, e passa por seus processos de maneiras individuais. É necessário que o profissional acolha o sujeito de acordo com sua demanda, sua história e sem generalizações, utilizando de estratégias de cuidado que melhor exerçam auxílios no trabalho de luto. é importante que o psicólogo conheça as portarias dos serviços de saúde, as estratégia de redução de danos, e todos os encaminhamentos e acolhimentos possíveis, para que o tratamento do enlutado aconteça com qualidade e eficácia.