CUIDADO, ENVELHECIMENTO E RACIALIZAÇÃO: REFLEXÕES DE UM GRUPO DE MULHERES NO CRAS

Authors

  • Isadora Resende de Andrade Universidade Federal de São João del Rei
  • Marcelo Dalla Vecchia Universidade Federal de São João del Rei

Keywords:

Group Process, Gender, Care work, Aging, Race/ethnicity

Abstract

The attribution of care work to women is a notorious aspect of industrialized societies, so that, even if they start to occupy public spaces, their responsibilities increase, especially with regard to domestic responsibilities. Therefore, it becomes relevant to identify how the care duties show up in the experiences shared by the participants of a group of women in a CRAS, seeking to analyze how this group practice constitutes itself as a possibility of elaboration and transformation regarding the exercise of care. The data produced in the research were subjected to analysis by meaning cores in which the evidence and frequency of the theme of care work in debates at group meetings was observed. Given this, it was possible to focus on the developments of this topic brought up by the participants. It is clear that home responsibilities and care for family members are linked to the social roles attributed to women. Furthermore, the topic of care work is permeated by the challenges of the aging process experienced by women, revealing a lack of initiatives and services that aim to support women in caring for their own aging and that of other family members. It is also notable that the articulations of race and gender oppression, in addition to issues of social class, cause poor black women to have even more precarious working conditions. Finally, it is understood that the development of group practices has potential in terms of mobilizing discussions, building critical thinking about the lived reality and opening up to the possibility of social transformations.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AFONSO, Maria Lúcia Miranda. Oficinas em Dinâmica de Grupo: um método de intervenção psicossocial. In AFONSO, Maria Lúcia Miranda. (Org.). Oficinas em Dinâmica de Grupo: um método de intervenção psicossocial. 3 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2018, 9-61.

AFONSO, Maria Lúcia Miranda; FADUL, Fabiana Meijon. O trabalho com grupos no PAIF: um diálogo interdisciplinar com a Oficina de Intervenção Psicossocial. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del-Rei , v. 10, n. 1, p. 140-154, jun. 2015. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1809-89082015000100012

AGUIAR, Wanda Maria Junqueira; OZELLA, Sergio. Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 26, n. 2, p. 222–245, jun. 2006. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200006

AGUIAR, Wanda Maria Junqueira; ARANHA, Elvira Maria Godinho; SOARES, Júlio Ribeiro. Núcleos de significação: análise dialética das significações produzidas em grupo. Cadernos de Pesquisa, v. 51, p. e07305, 2021. https://doi.org/10.1590/198053147305

ANDRADE, Joana El-Jaick. O feminismo marxista e a demanda pela socialização do trabalho doméstico e do cuidado com as crianças. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 18, p. 265–300, 2015. https://doi.org/10.1590/0103-335220151810

AZEREDO, Verônica Gonçalves. Entre paredes e redes: o lugar da mulher nas famílias pobres. Serviço Social & Sociedade, n. 103, p. 576–590, 2010. https://doi.org/10.1590/S0101-66282010000300009

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a experiência vivida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BRAMBILLA, Beatriz; KAHHALE, Edna. O nó exploração-dominação-opressão e a fusão classe-raça/etnia-gênero segundo a Psicologia Sócio-Histórica. In: BOCK, Ana Maria et al (org). Psicologia Sócio-Histórica: contribuições à leitura de questões sociais. São Paulo: EDUC: PIPEq, 2022. p. 81-105.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome. Orientações técnicas: Centro de Referência da Assistência Social. Brasília, DF: 2009a. https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_Cras.pdf

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) no CRAS/SUAS 190. Tipificação nacional dos serviços socioassistenciais. (Resolução n. 109, de 11 de novembro de 2009). Brasília, DF: 2009b.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências Técnicas para atuação de psicólogas (os) no CRAS/SUAS. 2021. https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de-psicologasos-no-cras-suas

CARLOTO, Cássia Maria; MARIANO, Silvana Aparecida. No meio do caminho entre o privado e o público: um debate sobre o papel das mulheres na política de assistência social. Revista Estudos Feministas, v. 18, n. 2, p. 451–471, 2010. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2010000200009

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.


DIAS, Marly de Jesus Sá.; SERRA, Jacira. Mulher, velhice e solidão: uma tríade contemporânea?. Serviço Social e Saúde, Campinas, SP, v. 17, n. 1, p. 9–30, 2018. https://doi.org/10.20396/sss.v17i1.8655190


FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante Editora, 2019.


GONZALEZ, Lélia. Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Rio Janeiro: Zahar, 2020.


HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Revista Cadernos de Pesquisa, Rio de Janeiro, vol. 37, nº 132, p. 596-609, 2007. https://doi.org/10.1590/S0100-15742007000300005


HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.


HOOKS, bell. Tudo sobre o amor. São Paulo: Elefante, 2021.


LAGO, Mario; PEREIRA, Ataulfo. Ai! que saudade da Amélia. Compositor: Mario Lago. Intérprete: Ataulfo Pereira. [S. l.]: Odeon, 1968. cd.


LANE, Silvia. O processo grupal. In S. T. M. Lane & W. Codo (Eds.), Psicologia Social: O homem em movimento (pp. 78-98). Brasiliense, 1984.


MACEDO, Márcia dos Santos. Mulheres chefes de família e a perspectiva de gênero: trajetória de um tema e a crítica sobre a feminização da pobreza. Caderno CRH, v. 21, n. 53, p. 385–399, 2008. https://doi.org/10.1590/S0103-49792008000200013


MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa social. In MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. p. 9-29.


PEREIRA, Eliane Regina; SAWAIA, Bader Burihan. Práticas grupais: espaço de diálogo e potência. 1. ed. São Paulo: Pedro & João Editores, 2020.


SAFFIOTI, Heleieth. Violência de gênero: o lugar da práxis na construção da subjetividade. Revista Lutas sociais 2, São Paulo, Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais PUC-SP, p. 56-79, 1997. https://doi.org/10.23925/ls.v0i2.18789


SALGADO, Carmen Delia Sánchez. Mulher Idosa: a feminização da velhice. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, v. 4, 2002. https://doi.org/10.22456/2316-2171.4716


SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez., 1995. https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721


MILANI, Giovana Durat, SILVA, Graziela Lucchesi Rosa, ALMEIDA, Melissa Rodrigues. Impactos da violência de gênero na produção da subjetividade de mulheres: contribuições da psicologia histórico-cultural. In BELLENZANI, R., CARVALHO, B. P. (org.). Psicologia Histórico Cultural na Universidade. Pesquisas Implicadas. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, p. 125 - 162, 2021.

Published

2024-12-31

How to Cite

RESENDE DE ANDRADE, Isadora; DALLA VECCHIA, Marcelo. CUIDADO, ENVELHECIMENTO E RACIALIZAÇÃO: REFLEXÕES DE UM GRUPO DE MULHERES NO CRAS. Pretextos - Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas, Belo Horizonte, v. 9, n. 17, p. 56–72, 2024. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/pretextos/article/view/32593. Acesso em: 10 sep. 2025.