O QUE VOCÊ VEIO FAZER NA MINHA CASA? NARRATIVAS DE FAMÍLIAS SOBRE O FAZER DA(O) PSICÓLOGA(O) NO ACOMPANHAMENTO FAMILIAR
Keywords:
Políticas Públicas de Assistência, Pessoas com Deficiência, Psicologia Social, Acompanhamento familiarAbstract
O presente estudo teve como objetivo investigar o que as famílias que são acompanhadas pelo serviço de assistência social entendem sobre o fazer da (o) psicóloga (o). A proposta foi desenvolver uma pesquisa narrativa com quatro mulheres que são mães de pessoas com deficiência e que estão sendo acompanhadas pelo serviço há pelo menos um ano. Para isso foram desenvolvidos tópicos disparadores que permitissem a fala da história vivida dessas famílias, levando em consideração a deficiência na família e sua inserção no serviço socioassistencial, somado à influência do trabalho da (o) psicóloga (o) e outros profissionais no cotidiano, assim como a intervenção dessa política dentro da própria casa. A Política Pública de Assistência Social é um direito de todo cidadão que dela necessitar e um dever do Estado. Neste sentido, os profissionais que executam esse trabalho requerem um saber técnico e também uma escuta qualificada para encaminhar e favorecer a autonomia dessas famílias. No caso da (o) profissional da psicologia, se faz necessário conhecer não apenas a Política, mas também se apropriar da psicologia social que subsidia o trabalho com famílias em situação de vulnerabilidade. As narrativas evidenciaram que o serviço no domicílio é aceito de forma satisfatória, pois proporciona acesso aos direitos e benefícios socioassistenciais, encaminhamentos à rede, escuta qualificada e suporte a problemas cotidianos. Entretanto, há críticas referentes ao modo como essa Política entra na casa das famílias e de uma falha no que tange as necessidades de atender uma maior população de pessoas com deficiência pelo fato de ser uma equipe reduzida. O investimento em Políticas Públicas de Assistência é de responsabilidade do governo, mas também cabe aos próprios usuários do serviço, população e profissionais vigiar e controlar as ações do Estado.
Downloads
References
ACCORSSI, Aline et al. Distintas faces da questão social: desafios para a psicologia. In: Coleção Práticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos; v. 5. Florianópolis: ABRAPSO. Edições do Bosque/ CFH/ UFSC, 2015. 445p. Disponível em: <http://www.abrapso.org.br/download/download?ID_DOWNLOAD=469>. Acesso em: 03 abr. 2016.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Brasília, MDS, 2013.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - CRAS. Brasília, MDS, 2009.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações Técnicas Sobre o PAIF. Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF. Brasília, MDS, vol. 1. 2012
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações Técnicas Sobre o PAIF. Trabalho Social com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF. Brasília, MDS, vol. 2. 2012
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Norma Operacional Básica (NOB/ SUAS). Brasília, MDS, 2005.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS. Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Brasília, CFP, 2007.
CRUZ, Lilian Rodrigues da. GUARESCHI, Neuza (Orgs.). O psicólogo e as políticas públicas de assistência social. Petrópolis, RJ: Vozes 2 ed., 2014.
FERREIRA, Stela da Silva. NOB-RH Anotada e Comentada. MDS; Secretaria Nacional de Assistência Social. Brasília, DF. 2011.
FIAMENGHI JUNIOR, Geraldo A. MESSA, Alcione A. Pais, filhos e deficiência: Estudos dobre as relações familiares. Revista Psicologia Ciência e Profissão. 27 (2) 236-245. 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pcp/v27n2/v27n2a06.pdf> Acesso: 23 de fev. 2017.
FOUCAULT, Paul Michel. Nascimento da biopolítica: Curso dado no Collège de France (1978-1979). Edição estabelecida por Michel Senellart: sob a direção de François Ewald e Alessandro Fontana. Tradução; Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
HECKERT, Ana Lucia Coelho. ROCHA, Marisa Lopes da. A maquinaria escolar e os processos de regulamentação da vida. Revista Psicologia e Sociedade. 24 (n.spe): 85-93. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24nspe/13.pdf> Acesso: 03 de out. 2016.
JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin W. Entrevista narrativa. In: BAUER, Martin W., GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: Um manual prático. 13 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. Disponível em: <http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/1428/minayo__2001.pdf>. Acesso em: 22 mai. 2016.
MIOTO, Regina Célia Tamaso. A centralidade da família na política de assistência social: contribuições para o debate. Revista de Políticas Públicas, v. 8, n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/view/3756/1820>. Acesso em: 15 abr. 2017.
QUEIROZ, Isabela Saraiva de. Norma de gênero e uso de drogas: normalização e diferença na experiência de mulheres. Tese (doutorado) Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 2015.
RESENDE, Ana Paula Crosara de. VITAL, Flavia Maria de Paiva. Avanços das políticas públicas para as pessoas com deficiência: Uma análise a partir das conferencias nacionais. Brasília: Secretaria especial dos direitos humanos, 2012. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro-avancos-politicas-publicas-pcd.pdf> Acesso em: 05 abr. 2016.
ROCHA, Kátia Bones. MOREIRA, Mariana Calesso. BOECKEL, Mariana Gonçalves. A entrevista e a visita domiciliar na prática do psicólogo comunitário. In: SARRIERA, Jorge Castellá. SAFORCADA. Enrique Teófilo (Orgs.). Introdução à psicologia comunitária: Bases teóricas e metodológicas. Porto Alegre: Sulina, 2014.
SENRA, C. M. G. & GUZZO, R. S. L. (2012). Assistência Social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia e Sociedade. 24(2), 293-299. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/05.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016.
SIQUEIRA, Kássia de Oliveira Martins. LINO, Michelle Villaça. Assistência social e biopoder: produzindo “vulnerabilidades”, prevenindo “riscos” e normalizando as formas de viver. Revista Mnemosine. Vol. 9, n°2, p. 35-53, 2013. Disponível em: http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.php/mnemosine/article/view/307. Acesso em: 10 out. 2016.
TEIXEIRA, Solange Maria. Família na política de assistência social: avanços e retrocessos com a matricialidade sociofamiliar. Revista Políticas Públicas São Luís, v. 13, n. 2, p. 255-264, jul./dez. 2009. Disponível em: <http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Fam%C3%ADlia%20na%20Pol%C3%ADtica%20de%20Assist%C3%AAncia%20Social.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2017.
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS. Texto da resolução n°109, de 11 de novembro de 2009. Publicada no Diário Oficial da União em 25 de novembro de 2009.
XIMENES, Verônica Morais; PAULA, Luana Rêgo Colares de. BARROS, João Paulo Pereira. Psicologia comunitária e política de assistência social: Diálogos sobre atuações em comunidades. Psicologia Ciência e Profissão, Universidade Federal do Ceará, v.29 (4) p. 686-699, 2009. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pcp/v29n4/v29n4a04>. Acesso em: 03 abr. 2016.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
The authors retain the copyright and grant the journal the right to initial publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons License CC BY 4.0, and for publication rights. Authors can publish their work online in institutional / disciplinary repositories or on their own websites.