O LOUCO, A CIDADE E A BUSCA PELA LEGITIMAÇÃO DA VIVÊNCIA CIDADÃ
Palavras-chave:
Loucura; Psicologia; Políticas Públicas; Cidadania.Resumo
O objetivo deste artigo foi explorar como as experiências dos serviços substitutivos de saúde contribuem para a inserção do louco na sociedade. Para isso, foi necessário compreender as diferentes concepções de loucura, bem como a história da institucionalização e desinstitucionalização do louco. Esse movimento foi importante para produzir o diálogo sobre a inclusão do louco na sociedade e seus atravessamentos. A metodologia escolhida inicialmente foi a revisão bibliográfica e, a posteriori, incorporei meus registros de campo e realizei entrevistas com psicólogos com atuação em serviços substitutivos. Para a análise das informações, utilizei a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1997). Ao concluir essa pesquisa, pude perceber que as transformações no modo de encarar a loucura foram muitas e, felizmente, possibilitaram um olhar mais amplo ao sujeito louco. Todavia, as violências e retrocessos continuam, portanto, meu intuito com este trabalho é contribuir para a produção de maiores discussões sobre a temática na expectativa de que se produzam ações que visem maior qualidade de vida a esses sujeitos.
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