Campos de guerra com mulher ao fundo no romance Ventos do apocalipse

Autores

  • Maria Nazareth Soares Fonseca

Palavras-chave:

Recursos mitalingüísticos, Palavra oral, Tradição dos griots, Ventos do apocalipse, Paulina Chiziane.

Resumo

O texto procura enfatizar a importância da abertura do romance que, ao recuperar elementos do ritual da contação, vale-se de recursos metalingüísticos para acentuar as inserções de micronarrativas que formam a estrutura do texto. A narrativa se inicia com a explicitação de exemplos que devem ser considerados e demonstra a importância da repetição para se entender a construção do romance. No ritual de abertura, um narrador-contador, seguindo a tradição dos griots, elabora estratégias para prender a atenção dos leitores, que “escutam”, através da escrita, as tonalidades da voz e os preceitos transmitidos. A legitimidade dessa voz é garantida por uma tradição que considera as pulsações da palavra oral e o contexto em que ela se manifesta para assegurar tanto a veracidade quanto a importância do que se vai contar.



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Referências

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Publicado

15-10-2003

Como Citar

FONSECA, Maria Nazareth Soares. Campos de guerra com mulher ao fundo no romance Ventos do apocalipse. Scripta, Belo Horizonte, v. 7, n. 13, p. 302–313, 2003. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/scripta/article/view/12528. Acesso em: 28 abr. 2025.

Edição

Seção

Dossiê: Literaturas africanas de língua portuguesa