Invertendo a lógica do projeto escolar de esclarecer o ignorante em matéria de língua
Palavras-chave:
Letramento, Ensino de língua materna, Ensino inclusivo, Ensino e variação lingüística, Educação lingüística.Resumo
Oensino de língua no Brasil é tributário de um projeto emancipatório, herdado do Iluminismo, de universalização do saber (esclarecer o ignorante) e articulado aos princípios do liberalismo democrático (formar o cidadão esclarecido e participativo) através do
modelo republicano de construção do que é comum e compartilhado na fala/escrita dos cidadãos (aquisição dos padrões de prestígio), em detrimento das heterogeneidades constitutivas da língua falada pelo conjunto dos falantes da língua nacional. Segundo esse modelo, a igualdade das condições entre falantes de uma mesma língua é o objetivo a ser alcançado através da escolarização/universalização dos saberes sobre a língua. Mas para os grupos socioculturalmente periféricos, esse modelo tem produzido importantes mecanismos de exclusão. Nosso objetivo nesta comunicação é o de apontar esses mecanismos e argumentar em favor de uma inversão no modo de equacionar a questão da educação lingüística, com vistas à inclusão do falante periférico.
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