A quebra do horizonte de expectativas sobre as obras literárias de mulheres negras caribenhas
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2023v27n61p324-351Palavras-chave:
Literaturas negras caribenhas, Literaturas amefricanas, Estereótipo, DecolonialidadeResumo
Este estudo buscou, por meio de pesquisa bibliográfica, satisfazer o objetivo de relacionar a experiência de quebra do horizonte de expectativas – sobre obras de mulheres negras caribenhas – ao conceito de estereótipo, discutido por Homi K. Bhabha. Especificamente, pretendeu-se refletir sobre o horizonte de expectativas e a experiência do leitor; compreender o conceito de estereótipo por Homi K. Bhabha; e por fim, associar o conceito de estereótipo à experiência de quebra do horizonte de expectativas sobre as literaturas de mulheres negras caribenhas. Esta pesquisa justifica-se à medida que as discussões são capazes de gerar reflexões acerca dos sistemas de manutenção dos lugares de dominação presentes na sociedade. Para o embasamento teórico, dentre outros, utilizou-se Lélia Gonzalez (2020), Grada Kilomba (2019), Winnie Bueno (2020a) e o autor Bhabha (2013). Concluiu-se ser possível trabalhar a compreensão acerca do horizonte de expectativas e como a experiência do leitor nos ajuda a ler autoras negras, além de identificar experiências de subordinação empregadas a essas sujeitas. Foi possível entender a experiência de quebra do horizonte de expectativas sobre as literaturas de mulheres negras, compreendendo que o estereótipo possui o poder de modificar nossa concepção literária. A quebra de horizonte sobre autoras racializadas é um plano de fundo para entender que a perspectiva racial e de gênero está relacionada ao discurso discriminatório, o qual é fortalecido pela estratégia do estereótipo. Esse entendimento nos auxilia na compreensão de como lemos e interpretamos autoras negras.
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